O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, afirmou neste sábado (15), durante a Conferência de Segurança de Munique, que os membros da aliança terão que aumentar os gastos com defesa, apesar das preocupações políticas internas.
Atualmente, a aliança pede que os países-membros destinem pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para defesa, mas Rutte acredita que um foco nas capacidades necessárias para a Otan fará com que esse percentual ultrapasse os 3%.
Durante o encontro em Munique, o líder da Otan ainda afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estava certo ao defender que os países europeus deveriam pagar mais pela segurança do continente.
“Simplesmente não é justo que os países europeus da Otan paguem menos pela defesa coletiva do que os EUA, porque os EUA também gostariam de reduzir impostos ou investir mais em educação, ou em qualquer outra área que considerem prioritária”, disse ele.
“O argumento não pode ser que somos pobres aqui – somos a região mais rica do mundo, o dinheiro está disponível. Isso não pode ser o problema”, completou.
Rutte acrescentou que os países europeus terão que tomar “decisões difíceis”, pois manter o compromisso de 2% não será suficiente, sugerindo que aumentos anuais de 0,2 a 0,3 ponto percentual poderiam ser um caminho para atingir rapidamente o novo objetivo de forma viável.
“O novo processo da Otan para avaliar lacunas nas capacidades de defesa levará a um número muito, muito superior a 2%”, com as novas metas previstas para serem definidas nos próximos meses”, disse Rutte.
Em declarações posteriormente publicadas na conta oficial da Conferência de Segurança de Munique no X, Rutte foi citado dizendo que “a Rússia está em uma economia de guerra, mas nós não estamos”.
“Temos que fazer isso, cortar a burocracia e, para nossos amigos americanos, isso também é um bom negócio, pois os aliados europeus gastam quatro vezes mais nos EUA do que os EUA gastam na Europa”, disse o líder da Otan.
Fonte: Valor