Minutos após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o plenário da Câmara foi marcado por embates entre deputados da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apoiadores do ex-mandatário. Presidindo a sessão, o deputado José Rocha (União-BA) chamou a atenção dos deputados e disse que os colegas estavam sendo mal educados.
Ao microfone, o deputado Rogério Correia (PT-MG) anunciou que a denúncia da PGR havia sido apresentada, o que gerou comemoração dos petistas. Na sequência, ele puxou o coro de deputados da base “uh, vai ser preso, uh, vai ser preso”.
Não demorou para parlamentares bolsonaristas reagirem e gritarem “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”.
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Os petistas, por sua vez, passaram a gritar “sem anistia, sem anistia”.
No comando da sessão, Rocha chamou a atenção dos colegas e os repreendeu. “Que coisa feia, que coisa feia, que coisa feia. Colegas deputados participando de um ato horroroso desse, feio. Falta educação, falta educação. O plenário é para discutir ideias. Coisa feia. Não é possível que o parlamento brasileiro, a Câmara, tenha um espetáculo tão feio como esse que estamos assistindo aqui. É um absurdo”, esbravejou.
A denúncia se tornou pública em um momento que o plenário já estava mais esvaziado, o que não foi suficiente para conter reações de ambos os lados.
Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas na noite desta terça-feira (18) por tentativa de golpe de Estado após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.
O grupo foi denunciado por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
Segundo o PGR, a organização tinha como líderes o então presidente da República e o seu candidato a vice em 2022, Walter Braga Netto. “Aliados a outras pessoas, dentre civis e militares, eles tentaram impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido”, diz trecho do documento que foi encaminhado ao STF.
Fonte: Valor