A Apple corre o risco de canibalizar as vendas do iPhone 16 com o lançamento do iPhone 16e, um modelo US$ 200 mais barato e que conta com recursos de inteligência artificial (IA), observa a analista da consultoria eMarketer, Grace Harmon.
“Embora o suporte do Apple Intelligence tenha sido limitado anteriormente aos modelos mais sofisticados da empresa, sua inclusão no iPhone 16e pode prejudicar as vendas do iPhone 16”, disse Harmon, em comunicado, nesta quinta-feira (19).
A analista lembra que o executivo-chefe (CEO) da Apple, Tim Cook, havia dito que as vendas do iPhone 16 são maiores em mercados que suportam os novos recursos de IA do Apple Intelligence. A oferta de um modelo mais acessível, dentro dos padrões de preços de celulares da Apple, é vista como uma “vitória para os consumidores, uma demonstração dos fortes recursos de hardware da Apple, mas como uma ameaça à maior adoção do iPhone 16”, observa a analista.
“Se um consumidor que estava em dúvida sobre comprar um dispositivo de US$ 999 para ter recursos de IA e agora pode obter as mesmas ferramentas por menos de dois terços do preço, há significativamente menos incentivo para atualizar para um iPhone 16”, afirma Harmon.
Os preços do iPhone 16 começam em US$ 799 para o modelo com capacidade de 128 gigabytes (GB) de armazenamento e tela de 6,1 polegadas. Um modelo com tela maior, de 6,7 polegadas e 256 GB de armazenamento custa US$ 999 nas lojas americanas.
No Brasil, o iPhone 16e será vendido por a partir de R$ 5.799, com pré-venda marcada para 28 de fevereiro. O preço inicial da linha iPhone 16 no país é de R$ 7.799 atualmente. A oferta de um modelo mais acessível pode equilibrar a participação de mercado perdida pela Apple para concorrentes chinesas que avançaram na oferta de produtos com recursos de IA.
Em 2024, a Apple liderou as vendas globais de celulares, com 232,1 milhões de unidades vendidas e 18,7% de participação, um recuo de 0,9% em volume, em relação a 2023, segundo a consultoria IDC. A Samsung, em segundo lugar, com 18% do mercado global, vendeu 223,4 milhões de aparelhos em 2024, 1,4% menos do que em 2023.
Na sequência, o ranking global da IDC traz as fabricantes chinesas Xiaomi, Transsion e Oppo, que cresceram respectivamente 15,4%, 12,7% e 1,4% em volume de vendas, no ano passado ante 2023.
Fonte: Valor
