O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) redobrou os ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta (20) ao afirmar que ele governava contando mentiras no “cercadinho” e em declarações públicas e que age como se estivesse numa monarquia.
As declarações foram dadas durante uma entrevista a uma rádio do Rio de Janeiro em que falava sobre o projeto de lei para conceder anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, e que prega a presunção de inocência e direito de defesa no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
“Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, ele está provando que é culpado. Ele deveria estar falando ‘eu vou provar a minha inocência’. Como ele é mentiroso contumaz, porque ele mentia 11 vezes por dia quando era presidente, e provava a mentira dele na porta do Palácio da Alvorada, no cercadinho que ele fez pra mentir, ele deveria provar que é inocente”, disse Lula à rádio Tupi FM.
Para Lula, Bolsonaro está pedindo a anistia já se condenando, como se estivesse dizendo que “’tentei bolar um plano pra matar o Lula, o Alckmin, o Alexandre de Moraes, não deu certo porque tive uma diarreia no dia, fiquei com medo, tive que voar para os Estados Unidos antecipadamente pra não ficar com vergonha da posse pro meu adversário, então me perdoem antes de eu ser condenado’”.
“Não, você vai conhecer que neste país a lei é verdadeiramente para todos. Se você cometeu o crime que está sendo acusado, você será preso. É isso que ele tem que ouvir todos os dias”, disparou.
Ele estendeu a crítica a todos os que pedem pela aprovação do projeto da anistia, afirmando que “essas pessoas estão se autocondenando antes de serem julgados. Primeira coisa que eles tem que fazer é se defender”.
“Tem que se mancar”
Ainda segundo Lula, o ex-presidente “age como se fosse dono”, afirmando que se não puder fazer alguma coisa, colocará a mulher, o filho, o neto, etc. Foi uma referência à discussão de qual será o representante do campo da direita na eleição presidencial do ano que vem, em que Bolsonaro segue se colocando como candidato mesmo ainda inelegível, mas sem apoiar outro nome.
“Como se fosse uma coisa hierárquica, que ele não só quer pra ele, mas quer uma questão hereditária, da família governar esse país. Ele tem que se mancar, isso aqui é uma República democrática”, emendou o presidente.
Lula ainda atacou Bolsonaro pelas críticas que fazia às urnas eletrônicas sem questionar que o mesmo dispositivo foi utilizado para a eleição dos filhos. “Ele nunca questionou a eleição que ele teve. Só quando perde é que ele coloca dúvida sobre os outros, e isso a gente não pode deixar”, completou.
O presidente encerrou este tópico da entrevista repetindo que tem como papel “derrotar a mentira” neste segundo biênio de governo, o que ele vem frisando constantemente em discursos nas últimas semanas.
Fonte: Gazeta do Povo