Durante a coletiva, questionada sobre uma eventual pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aumento da concessão de crédito pelos bancos públicos, a presidente do BB, Tarciana Medeiros, disse que o crescimento dos empréstimos na instituição “é suportado por análise técnica, melhores práticas, olhando o melhor retorno ajustado ao risco”.
Ela afirmou que o novo consignado privado é o grande anúncio que o presidente tem para fazer na área de crédito. “No consignado privado queremos crescer mais do que o mercado, espero que presidente [Lula] fique feliz sim com a gente”, disse Tarciana.
Tarciana disse que o banco já trabalha na prospecção de público para esse produto. Prince afirmou que a inadimplência pessoa física da instituição está perto dos menores patamares históricos e que o banco fez todo “o processo antecipado de mitigação dos riscos.
O vice-presidente financeiro do Banco do Brasil, Geovanne Tobias, disse, na coletiva, que, apesar de o banco ter o maior “dividend yield” (pagamento de proventos), há um desafio de “desmistificar o preconceito de mercado”.
“Temos uma estrutura de governança forte, mas o mercado desconta o BB por receio de risco político. Esse desconto para mim se chama preconceito”, disse a jornalistas em apresentação de resultados do quarto trimestre.
De acordo com ele, “paira uma dúvida” sobre a possibilidade de influência política do banco, que “é muito difícil de tirar do investidor”, apesar da entrega de resultados.
Durante coletiva, Tarciana defendeu a Previ, fundo de pensão dos funcionários do banco. Ela lembrou que os beneficiários podem acompanhar de forma transparente seus recursos e que a função da entidade é garantir a aposentadoria deles.
A fala acontece após o Tribunal de Contas da União (TCU) abrir este mês uma auditoria para avaliar o desempenho financeiro da Previ, depois que o órgão observou que, entre janeiro e novembro de 2024, um dos planos de previdência da entidade registrou prejuízo de R$ 14 bilhões.
O vice-presidente financeiro do BB reforçou que a Previ mira o longo prazo, para pagar a aposentadoria dos funcionários até 2100, e negou que o banco terá de fazer aportes no fundo. “Isso é fake news.”
O executivo apontou que a entidade tem uma governança bastante robusta, com diretoria paritária, ou seja, um número igual de diretores eleitos pelos beneficiados e pelo patrocinador, que é o BB. “Fazemos um acompanhamento mensal, temos tranquilidade na solidez e na gestão da Previ”, disse.
Ele apontou que o fundo foi afetado com a marcação a mercado de alguns ativos, e lembrou que uma posição grande é em ações da Vale, que tiveram um desempenho mais fraco no ano passado. “Foi um déficit conjuntural, não significa que existe um rombo, que o fundo está em desequilíbrio.”
Tarciana Medeiros disse ainda, durante a coletiva, que o banco vai chamar mais de 1 mil aprovados em concurso neste ano. O foco estará na área de tecnologia.
“O banco vai continuar sendo uma startup que se reinventa a cada momento, navegando muito bem em cada um dos mercados em que atua”, disse. “Nosso índice de eficiência vem dessa estratégia histórica de adaptação.”
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Fonte: Valor