O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou hoje que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve adotar “medidas excepcionais” para o crescimento da economia, apesar das pesquisas de opinião pública mostrarem a queda da popularidade da gestão. Ao participar de um evento promovido pelo banco BTG Pactual, em São Paulo, Costa reforçou que o governo Lula tem responsabilidade fiscal e criticou o mercado financeiro por errar nas previsões econômicas e “apostar” em um baixo crescimento da economia no país.
Em meio a especulações de que o governo deve aumentar o gasto fiscal com medidas populistas para melhorar sua avaliação, Costa negou.
“Não tenham dúvida da absoluta responsabilidade fiscal do governo Lula”, afirmou o ministro, a uma plateia de investidores. “O mercado não acertou nesses dois anos, previa crescimento menor. Não acertou nas medidas de contenção que fizemos”, disse. “Poucos acreditavam que faríamos o primário e alcançaríamos a meta zero.”
O ministro ressaltou que o governo não adotará nenhuma medida que amplie fortemente as despesas. “Não haverá medida excepcional para o crescimento da economia”, disse. “Não haverá medida para reaquecer a economia”, reforçou, em seguida. Costa disse ainda que “em breve” a economia se ajustará, apesar da alta da taxa de juros e do dólar, registradas nos últimos meses.
Minutos antes da palestra no evento do BTG Pactual, Costa repetiu a mesma ideia em entrevista à imprensa e refutou especulações sobre o aumento de gastos do governo. “As atitudes comprovam mais do que as suas intenções”, disse Costa. Na palestra e na entrevista, o ministro disse que Lula materializou o “melhor resultado primário em dez anos” e afirmou que o governo deve buscar reduzir o preço dos alimentos, além de melhorar sua comunicação para divulgar ações e fazer um contrapondo às “fake news”.
Aos investidores, o ministro disse ainda que a reforma ministerial, que começou a ser feita ontem por Lula com a demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, não está relacionada com as eleições de 2026, quando o presidente deve tentar a reeleição.
“Não ouvi o presidente fazer correlação entre as mudanças de governo e o processo eleitoral de 2026. Ele está buscando eficiência”, afirmou, evitando detalhar as mudanças que serão feitas por Lula no primeiro escalão do governo.
Ao ser questionado sobre atritos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Rui Costa minimizou e disse que não há governo forte se os ministros da Fazenda e da Casa Civil forem fracos. “Não tive dificuldade de dialogar com Haddad”.
Costa reiterou que o governo quer “ajustar a comunicação”, para evitar problemas como o que ficou conhecido como taxação do Pix, em ação liderada pelo Ministério da Fazenda. “O erro foi a medida ou a comunicação? Foi a comunicação. Antes de soltar qualquer medida, vamos ajustar a comunicação.”
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Fonte: Valor