O tapete vermelho é palco para looks inesquecíveis há décadas, e assistir a chegada das celebridades em grandes eventos para descobrir o que elas estão usando se tornou um hábito que, muitas vezes, gera mais curiosidade e audiência do que as próprias premiações. O fenômeno é relativamente novo, tendo começado nos anos 90 e se consagrado no período Y2K, quando a disseminação da internet e a cultura dos paparazzis resultaram em um culto às celebridades. Hoje, vestir as maiores estrelas para suas aparições públicas virou um negócio gigantesco para a indústria da moda e para Hollywood, que só cresce. Aproveitando que estamos no meio da temporada de premiações com o red carpet bombando, preparamos uma lista com os looks do tapete vermelho que mudaram a moda.
Mas antes de começarmos, um lembrete importante: a seleção não contém necessariamente os nossos favoritos, mas sim, os looks que causaram o maior impacto. Recado dado, vamos lá.
os looks do tapete vermelho mais impactantes da história

Foto: Elizabeth Hurley (Hulton Archive/Getty Images)
Liz Hurley, 1994 – Versace
Liz Hurley acompanhou o então namorado, Hugh Grant, na estreia de Quatro Casamentos e um Funeral e acabou protagonizando um dos momentos mais icônicos da moda. O vestido com alfinetes de segurança não só catapultou seu nome — até então pouco conhecido —, como também ajudou a colocar a Versace no radar global. O look provocativo encapsulava perfeitamente o DNA de Gianni Versace e apresentou a grife italiana a um público ainda maior. Sem grandes pretensões, a própria Hurley ligou para assessorias em busca de algo para vestir e conseguiu o modelo de última hora, sem jamais imaginar o impacto que causaria.

Foto: Julia Roberts (Ron Galella Archive/Getty Images)
Julia Roberts, Globo de Ouro 1990 — Giorgio Armani
Aos 20 anos e no início da carreira, Julia Roberts ganhou seu primeiro Globo de Ouro e, de quebra, o status de ícone de moda. Fugindo do óbvio, ela escolheu um terno oversized da seção masculina da boutique de Giorgio Armani em Los Angeles — tudo por conta própria, já que, na época, stylists ainda não faziam parte da equação. O look despojado e genderless foi criticado na época, mas se tornou um mais memoráveis da história do evento. Prova de sua influência? No Globo de Ouro deste ano, 35 anos depois, Ayo Edebiri usou um look Bottega Veneta inspirado na produção de Roberts.

Foto: Julia Roberts (Terry McGinnis/WireImage)
Julia Roberts, Oscar 2001 – Valentino vintage
Hoje, vestir um look de arquivo no tapete vermelho é um hábito comum, — Zendaya que o diga —, mas em 2001, quando Julia Roberts ganhou o Oscar de Melhor Atriz por Erin Brockovich, isso era uma raridade. Seu vestido preto e branco Valentino, originalmente de 1992, se destacou como uma escolha inesperada e sofisticada. Julia não foi a primeira, algumas celebridades já usavam vintage no tapete vermelho, mas optar por peças de arquivo de grandes maisons ainda era uma prática incomum, principalmente para nomes da magnitude de Roberts. Sua atitude foi fundamental para pavimentar o caminho para a valorização do vintage no red carpet.

Foto: Jennifer Lopez (Jeff Vespa/WireImage)
Jennifer Lopez, Grammy 2000 – Versace
Provavelmente o exemplo da lista que você nem precisa de foto para lembrar. O vestido de chiffon verde, com um decote vertiginoso, causou tanto alvoroço que foi o responsável pela criação do Google Imagens, tamanha a busca por fotos após a cerimônia. Donatella Versace e Geri Halliwell já haviam usado a mesma peça antes, mas foi J.Lo quem a transformou em um fenômeno cultural. Em 2019, a cantora fechou o desfile da Versace usando uma releitura do vestido, provando sua imortalidade fashion.

Foto: Cher (Jim Smeal/Ron Galella Collection)
Cher, Oscar 1986 – Bob Mackie
Vários looks da lista são polarizantes, mas esse da Cher é citado até hoje quando se discute as piores produções do tapete vermelho. Amando ou odiando, o fato é que a escolha consagrou seu talento para chocar e encantar. Assinado por Bob Mackie — a parceria entre os dois é lendária, e o estilista é responsável por muitos dos figurinos inesquecíveis da cantora — o modelo preto, coberto por paetês e plumas, com um acessório de cabeça dramático, levou a extravagância para outro nível. O objetivo de Cher? Usar algo que “os velhos da Academia odiassem”— e conseguiu. O visual se tornou um marco de autenticidade e individualidade no tapete vermelho.

Foto: Björk (Mirek Towski/FilmMagic)
Björk, Oscar 2001 – Marjan Pejoski
O famoso vestido de cisne de Björk talvez não fosse um choque tão grande se aparecesse hoje, em tempos de Met Gala mega conceitual. Mas, em 2001, a artista islandesa escandalizou ao surgir no Oscar com a peça que simulava um cisne — animal favorito de Bjork — envolvendo seu corpo. A estética surrealista gerou reações extremas mas, duas décadas depois, o look segue icônico, participando de exposições e sendo exibido em museus. Você sabia que o modelo, apesar de original, fazia referência a um look usado por Marlene Dietrich em 1935?

Crédito: Mychal Watts/WireImage

Crédito: Ke.Mazur/WireImage
Sharon Stone, Oscar 1996 e 1998 – Valentino, Armani, Vera Wang e GAP
O conceito de hi-lo no tapete vermelho pode parecer banal hoje, mas nos anos 90 era praticamente inexistente. Sharon Stone fez isso duas vezes, misturando fast fashion à alta moda, primeiro em 1996 e depois em 1998. Apesar do primeiro look ter sido mais revolucionário, é o segundo, de 1998 — uma saia de tafetá Vera Wang combinada com uma camisa branca da GAP — que ficou mais marcado na memória coletiva.
Mas a história do look de 1996 merece ser contada. Indicada ao Oscar por sua atuação em Cassino, Sharon contava com dois vestidos assinados por Vera Wang para a noite. Só que, na véspera da premiação, um dos modelos não deu certo e o outro foi entregue pelo FedEx… e atropelado pelo próprio caminhão, deixando uma marca de pneu no tecido. Sem tempo para novos ajustes, ela pediu ajuda à uma amiga figurinista. Juntas, improvisaram um look inesperado com itens que Stone já tinha no armário: uma camisa da GAP, uma saia Valentino, um vestido da Armani usado como casaco arrematado por uma gardenia direto da jardim da atriz.

Foto: Rihanna (Dimitrios Kambouris/Getty Images)
Rihanna, MET Gala 2015 — Guo Pei
Considerada a maior festa do mundo da moda, o tapete vermelho do baile do MET é sempre um acontecimento, mas nenhum look viralizou tanto quanto o Guo Pei amarelo-gema, usado por Rihanna em 2015. Recordista de memes, o modelo alta-costura pesava 25 kg, com a cauda ocupando vários degraus da escadaria do Metropolitan Museum. Fiel ao tema “China: Through the Looking Glass”, Riri apresentou ao mundo o trabalho minucioso da designer chinesa, ainda pouco conhecido no Ocidente. A escolha dividiu opiniões, mas estabeleceu um novo momento no red carpet, com criações cheias de opulência e um nível de drama e glamour sem precedentes.
Leia também: Esses truques de styling da Rihanna deixam qualquer look mais estiloso

Foto: Nicole Kidman (Kevin.Mazur/WireImage)
Nicole Kidman, Oscar 1997 – Dior por John Galliano
O modelo verde de cetim com costas trabalhadas usado por Nicole Kidman, apresentado no desfile de alta-costura da Dior, foi um dos primeiros looks couture a serem usados no tapete vermelho e, na época, o mais caro. Apesar de ter gerado opiniões variadas devido à escolha da cor inusitada, o momento é considerado um divisor de águas, responsável por transformar o red carpet em um verdadeiro negócio e sendo o catalisador para o modelo de parcerias entre celebridades e grandes marcas. Esse novo cenário contribuiu, entre outras coisas, para a ascensão dos stylists em Hollywood, consolidando a máquina por trás das escolhas de roupas para grandes eventos e a crescente importância da moda e da construção do estilo de estrelas do cinema.

Foto: Barbra Streisand (George Birch/Associated Press)
Barbra Streisand, Oscar 1969 – Arnold Scaasi
A ideia de transparência no tapete vermelho em 1969 parecia impensável até mesmo para Barbra Streisand, que, por acidente, se tornou a primeira celebridade a apostar no efeito. Para receber o Oscar por sua atuação em A Garota Ideal, Streisand escolheu um conjunto brilhante de Arnold Scaasi, uma reinterpretação do smoking feminino em P&B, que, sob os flashes, revelou mais do que ela esperava.
Foto: Audrey Hepburn (Getty Images)
Audrey Hepburn, Oscar 1954 – Edith Head e Hubert de Givenchy
O vestido branco de renda floral que Audrey usou para receber seu Oscar por A Princesa e o Plebeu se tornou um dos modelos mais clássicos da história. Criado originalmente pela lendária figurinista Edith Head para o filme, ele foi reaproveitado para a premiação, fazendo de Audrey uma das primeiras atrizes a repetir um look no tapete vermelho. Mas a peça passou por uma leve transformação pelas mãos de ninguém menos que Hubert de Givenchy antes da grande noite, mudando o design do decote para o corte canoa, que se tornaria uma das marcas registradas de Hepburn e Givenchy. Foi também a primeira vez que Hepburn usou uma criação do couturier francês em público, dando início à icônica parceria entre os dois.

Foto: Halle Berry (Steve Granitz/Getty Images)
Halle Berry, Oscar 2002 – Elie Saab
Foi com um vestido de tule transparente e bordados estratégicos que Halle Berry fez história, tornando-se a primeira mulher negra a ganhar o Oscar de Melhor Atriz. O vestido, ousado e luxuoso, foi assinado pelo designer libanês Elie Saab, que, com esse look, viu seu nome ser introduzido no cenário global, trazendo também maior visibilidade aos criadores do Oriente Médio, até então pouco reconhecidos no palco internacional. Recentemente, Halle resgatou o vestido para usá-lo novamente, dessa vez na passarela.

Foto: Lady Gaga (Gregg DeGuire/Getty Images)
Lady Gaga, VMAs 2009 – Franc Fernandez
O infame look de carne crua é eternamente polêmico, e embora à primeira vista possa parecer uma tentativa duvidosa de chamar atenção, o visual, na verdade, carregava uma poderosa mensagem política. A escolha foi um protesto contra a discriminação enfrentada pelos soldados gays americanos sob a lei Don’t Ask, Don’t Tell, que proibia que membros do exército gays se assumissem. O vestido foi uma forma ousada de defender os direitos LGBTQ+. Ao caminhar pelo tapete vermelho, Gaga foi acompanhada por membros das forças armadas que haviam sido dispensados injustamente. A escolha dividiu opiniões e ofendeu muitos, mas também capturou a essência performática e irreverente de Gaga, reforçando a ideia de que moda e provocação andam de mãos dadas, além de deixar claro seus valores.
Leia também: 5 vezes que Lady Gaga protagonizou um momento histórico na moda

Foto: Uma Thurman (Getty Images)
Uma Thurman, Oscar 1995 – Prada
Para comparecer ao Oscar de 1995, onde estava indicada ao prêmio de Atriz Coadjuvante pelo papel em Pulp Fiction, Uma Thurman escolheu um vestido Prada na cor lavanda. Naquela época, a gigante italiana era mais conhecida por seus acessórios funcionais e não associada ao glamour dos tapetes vermelhos. A aparição de Thurman usando a marca não só ajudou a elevar o nome da grife, mas, em função do design minimalista e feminino, abriu caminho para a estética clean e simples que começava a ganhar força na moda.
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Fonte: Steal the Look