O valor médio pago pelos paulistanos na taxa de condomínio é de R$ 777 ao mês, segundo levantamento feito pela plataforma imobiliária Loft, baseado em 123 mil imóveis anunciados para venda na cidade, em janeiro, nos principais portais imobiliários.
Esse montante está longe dos R$ 2.600 pagos, em média, no bairro com o maior valor médio encontrado na cidade, o Jardim Europa.
Bairros com imóveis de alto padrão possuem os condomínios mais caros. Entre as razões para isso está o fato de que os prédios nessas regiões costumam ter um número menor de apartamentos, o que faz com que os gastos com funcionários, segurança e áreas comuns sejam diluídos entre poucos pagantes.
“Em regiões de maior prestígio, a procura por serviços no condomínio é mais intensa, o que acaba elevando os custos”, diz Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft. Quanto maior a quantidade de áreas comuns e de lazer, como piscinas, academia, spa, sala de jantar e de home office, entre outros, mais cara é a manutenção. Prédios de alto padrão podem ter ainda funcionários dedicados à garagem e até concierge.
Segundo Takahashi, o valor do condomínio é o terceiro item para o qual quem está procurando um novo imóvel dá mais importância, depois da localização e da estrutura física da unidade, como metragem e número de quartos.
“É um gasto fixo que impacta diretamente o orçamento mensal e, uma vez definido, é raro que sofra reduções ao longo do tempo”, destaca.
Não conseguir arcar com o valor do condomínio pode trazer consequências sérias: quem está inadimplente pode ser alvo de ação na justiça, proposta pelo condomínio e pelo síndico do prédio, e ter o imóvel colocado em leilão, mesmo que seja o único bem da família, explica o advogado especialista em direito imobiliário, Marcelo Tapai, sócio da Tapai Advogados.
Segundo ele, o condômino costuma ser considerado inadimplente ao completar dois ou três meses de dívida em aberto.
Antes de procurar a Justiça, é indicado que o síndico tente uma cobrança amigável. Caso isso não funcione, Tapai aconselha a agir rapidamente, para que o morador não “se acostume” com o débito. Depois disso, o normal é ser dado um prazo de três dias para a quitação da dívida. “Caso contrário, o condomínio poderá prosseguir com medidas coercitivas, como bloqueio de contas do devedor e penhora de bens, inclusive do próprio apartamento”, diz.
Ele reforça que é obrigação do síndico iniciar a ação judicial, se necessário, já que o condomínio depende financeiramente dos moradores, e pode ter que aumentar a taxa condominial ou fazer rateios extras entre os moradores pagantes para absorver o prejuízo.
Veja o ranking dos dez bairros com a taxa de condomínio mais cara, no geral, e aqueles com a taxa mais alta por metro quadrado na cidade.
Dez bairros com condomínio mais caro:
- Jardim Europa – R$ 2.600
- Higienópolis – R$ 2.400
- Jardim América – R$ 2.350
- Vila Nova Conceição – R$ 2.150
- Itaim Bibi – R$ 2.073
- Jardim Paulista – R$ 2.000
- Jardim Paulistano – R$ 1.960
- Paraíso – R$ 1.930
- Morumbi – R$ 1.750
- Perdizes – R$ 1.700
Dez bairros com o condomínio mais caro por metro quadrado:
- Itaim Bibi – R$ 14,42
- Jardim América – R$ 13,32
- Higienópolis – R$ 13,10
- Vila Olímpia – R$ 12,65
- Jardim Paulista – R$ 12,51
- Pinheiros – R$ 12,18
- Perdizes – R$ 12,04
- Vila Nova Conceição – R$ 11,60
- Vila Mariana – R$ 11,23
- Paraíso – R$ 11,22
Fonte: Loft , com base em anúncios de venda, em janeiro
Fonte: Valor