Manhã no mercado: Guerra tarifária de Trump, dados dos EUA e decisão do BCE concentram as atenções | Finanças

Em meio à escalada da guerra tarifária global, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, conversará nesta quinta-feira com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, às 17h30, por videoconferência. Ainda hoje, os investidores devem acompanhar os dados de auxílio-desemprego dos EUA e o discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, após a decisão de política monetária, cujas apostas são de corte de juros de 0,25 ponto percentual, de 2,75% para 2,50%.

O mercado deverá monitorar se Lagarde comentará possíveis medidas tarifárias impostas à região pelo presidente Donald Trump. Por enquanto, o líder republicano concentrou seus esforços contra México, Canadá e China, mas deu algum sinal de que pode estar disposto a negociar, ao suspender por um mês as tarifas planejadas ao setor automotivo em importações de produtos mexicanos e canadenses.

A decisão de Trump somou-se a um número menor de postos de trabalho criados no setor privado americano — que abriu a possibilidade de novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) — e impulsionou as bolsas de Nova York ontem. Ainda assim, as incertezas com a postura do presidente americano também pressionam o dólar. Por volta das 8h, o índice DXY, que mede a força da moeda americana ante uma cesta de seis principais rivais, recuava 0,13% a 104,16 pontos.

No Brasil, o real encerrou a sessão de ontem como a moeda de melhor desempenho entre as principais divisas do mundo. Na volta das negociações após o Carnaval, o dólar à vista teve um recuo de 2,71%, a R$ 5,7559. O bom humor dos investidores acabou se refletindo também no mercado de juros futuros. Acompanhando a forte valorização do real, as taxas domésticas recuaram mesmo sem um suporte mais firme dos Treasuries (títulos do Tesouro americano).

O Ibovespa, por sua vez, exibiu alta modesta de 0,20%, a 123.047 pontos, apoiado pelo avanço de 0,80% da Vale. Ainda assim, o gestor de ações da Gap Asset, Viccenzo Paternostro, avalia que os investidores estão esperando ter mais clareza dos próximos passos de Trump, diante das dúvidas sobre o impacto inflacionário das tarifas de importação para a economia dos Estados Unidos.

Fonte: Valor

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