Zegna relança Tom Ford com Haider Ackermann

Traduzido por

Estela Ataíde

Publicado em



6 de março de 2025

Na noite de quarta-feira, 5 de março, o grupo Zegna relançou a Tom Ford com a primeira coleção de Haider Ackermann, uma das grandes estreias da Semana da Moda de Paris. E já temos a resposta inicial do júri à coleção: um sucesso.

Tom Ford – outono-inverno 2025 – 2026 – Moda Feminina – França – Paris – ©Launchmetrics/spotlight

A nata da cultura reuniu-se no Pavillon Vendôme, um espaço de média dimensão no centro de Paris, decorado com paredes de espelho cinza, assentos tipo banqueta e três passarelas.

O sempre confiante Haider confessou: “Sabia como iria encenar o espetáculo desde o primeiro dia em que iniciei este trabalho.”

Antes do desfile, a emoção já era palpável no ar. Ford entrou à última hora, no escuro, e sentou-se ao lado de Jared Leto e Anna Wintour. Pelo menos apareceu.

Há 18 meses, quando o seu antigo braço direito, Peter Hawkins, estreou como designer na Tom Ford, Tom nem sequer apareceu. Cancelou a sua presença no último minuto após Hawkins ter feito algumas críticas pouco criteriosas a Ford em um artigo do New York Times.

Haider foi muito mais cauteloso antes do desfile. E a sua coleção foi significativamente mais forte. O ego de Ackermann nunca foi manchado por uma falsa modéstia, embora tenha a reputação de ser um dos designers menos trabalhadores entre os grandes talentos. E é inegável que a sua decisão de publicar uma fotografia sua no Instagram, na cama, lendo o Times, envolto em um anúncio da Tom Ford, pouco antes do desfile, foi admirável. Todos adoraram.

Tom Ford – outono-inverno 2025 – 2026 – Moda Feminina – França – Paris – ©Launchmetrics/spotlight

 
O desfile começou com força: looks em couro super prensado com um toque transgressor. Tudo com um corte impecável: perfectos afiados para as mulheres; casacos de motociclista ajustados para rapazes; casacos estilo capa com tops de cabedal combinando para estrelas de rock; batas de cirurgião para as “femme fatales”.

Casacos de lã para as garotas duronas e roupões de dupla face para os criadores de unicórnios de Silicon Valley. A sua melhor alfaiataria foi um casaco trespassado de mohair preso com um alfinete de dama e finalizado com uma rosa de seda branca.
 
A maquiagem era pálida e sinistra, e o ambiente carregado por uma trilha sonora hitchcockiana modernista, com “Good Night, Day”, de Jóhan Jóhansson. Para a noite, Haider demonstrou grande habilidade, mas com muita reverência pelo DNA de Ford. Aqueles que já assistiram a mais de uma dúzia de desfiles de Ackermann sabem que ele é capaz de muito mais.

Tom Ford – outono-inverno 2025- 2026 – Moda Feminina- França – Paris – ©Launchmetrics/spotlight

Dito isto, esta foi uma declaração poderosa e muito necessária para Zegna. É importante destacar que o grupo de luxo italiano investiu fortemente no futuro da marca de Tom Ford. Na verdade, pagou cerca de 150 milhões de dólares por uma licença de 20 anos à divisão de moda e acessórios de Tom Ford, que nunca foi particularmente rentável. O negócio muito maior de beleza e fragrâncias de Ford é propriedade da Estée Lauder.

No geral, foi uma coleção muito boa, embora não excelente. Mas, foi mais do que suficiente para deixar uma palpável sensação no final do desfile. O alívio de que Haider Ackermann para a Tom Ford foi um sucesso.

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Fonte: Fashion Network

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