Manhã no mercado: Mercados globais ensaiam recuperação após o pânico em Wall Street | Finanças

De olho nisso, ontem o Citi, reconhecendo que há pelo menos “uma pausa” no excepcionalismo americano, rebaixou as ações americanas de “overweight” (recomendação de compra) para neutra, enquanto elevou a classificação das ações chinesas para “overweight”.”De modo geral, o desempenho superior das ações dos EUA pode muito bem retornar quando a narrativa da inteligência artificial voltar a ter destaque, mas, nos próximos meses, esperamos que o ímpeto de crescimento dos EUA fique aquém do resto do mundo”, dizem em nota.

Também nesta linha, a piora contida da bolsa brasileira é outro ponto de atenção. Como informa o Valor nesta terça, o J.P.Morgan alterou sua recomendação das ações brasileiras de “neutro” para “compra” (“overweight”), ao mesmo tempo em que rebaixou a avaliação sobre as ações mexicanas de “compra” para “neutro”. Na justificativa, a equipe de estrategistas de ações para América Latina do J.P. Morgan, liderada por Emy Shayo Cherman, citou os “valuations” atraentes do mercado acionário local, o posicionamento técnico ruim, a proximidade do fim do ciclo de aperto monetário no Brasil e a narrativa em torno das eleições de 2026 como fatores que impulsionaram a mudança na tática.

Por isso, não vai ser surpresa se na sessão desta terça-feira houver uma recuperação dos ativos locais, em especial da bolsa brasileira – evidentemente que essa dinâmica pode ser ofuscada por algum ruído local, principalmente no ponto mais sensível da pauta econômica, a questão fiscal. Neste sentido, as atividades da Comissão Mista de Orçamento (CMO) estarão no radar dos agentes financeiros nesta sessão. A comissão deve concluir a análise para o Orçamento de 2025 até começo da semana que vem e, conforme o portal g1, possíveis ajustes em mais de R$ 20 bilhões podem ser necessários por conta do aumento das despesas com programas sociais e pela inflação.

Para além do já mencionado acima, os agentes financeiros devem ficar de olho em dados econômicos, com destaque para os números das vagas em aberto no fim do mês de janeiro nos Estados Unidos (Jolts). O total de vagas não preenchidas no fim de dezembro era de 7,6 milhões. Números menores que os de dezembro podem indicar uma procura maior por emprego pelos americanos ou uma menor intenção dos empregadores em contratar, apontando para um mercado menos aquecido. Aqui no Brasil o destaque fica com a divulgação dos dados da indústria, também referentes ao mês de janeiro.

Perto das 8h15, o dólar global (DXY) recuava 0,38%, aos 103,577 pontos, enquanto a moeda americana também recuava 0,30% ante o rand sul-africano, 0,65% ante a coroa tcheca e 0,15% contra o peso mexicano. Já o rendimento do título do Tesouro americano de dez anos avançava, de 4,216% para 4,225%. Os índices acionários futuros de Wall Street registravam valorização, com o futuro do S&P 500 apreciando 0,34% e o do Nasdaq em alta de 0,46%.

Fonte: Valor

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