Primeira exposição de moda no Louvre apresenta Balenciaga, Chanel, Dior, entre outros

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EFE

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24 de janeiro de 2025

Entre tapeçarias medievais, cruzes bizantinas e poltronas de Maria Antonieta, o Louvre expõe até o verão europeu modelos Dior, obras com volumes de Balenciaga, botas Louboutin e vestidos Chanel, entre muitos outros nomes que protagonizam a primeira exposição de moda no museu mais visitado no mundo.

Le Louvre

Intitulada “Louvre couture. Objets d’art, objets de mode”, a ampla exposição reúne uma centena de peças icônicas, retiradas dos arquivos das grandes grifes de moda do mundo todo desde a Segunda Guerra Mundial, com o acervo de um dos seus maiores e menos visitados departamentos: o de objetos de arte.

Nele se encontram guardados milhares de peças históricas e artísticas, que datam da época bizantina até o século 19, que costumam ser ofuscadas pela atenção que os visitantes dedicam às vastas galerias de escultura e pintura, onde se encontram obras tão conhecidas como a Mona Lisa e a Vênus de Milo.

“Todos os criadores, em algum momento, têm uma paixão pela arte e pelos objetos artísticos”, disse o curador da exposição, Olivier Gabet, também diretor do departamento de objetos de arte do Louvre.

A semente desta exposição foi, de fato, uma visita de Gabet em 2008, juntamente com o atual diretor do Louvre, Laurence des Cars, à casa ocupada por Yves Saint Laurent e pelo seu sócio Pierre Bergé, antes da venda da imensa coleção de arte que eles acumularam, que inspirou o universo criativo do designer francês.

Essas ligações entre moda e arte às vezes aparecem na forma de uma citação, como as cruzes bizantinas que adornam um vestido Versace dourado, exibido entre os primeiros modelos da mostra ao lado de relicários bizantinos autênticos do século 11.

Mais adiante, a conexão entre as criações de Paco Rabanne, apelidado de “o metalúrgico” da moda, e as armaduras medievais da coleção do Louvre também é muito óbvia.

Outras são mais sutis, como as que podem ser lidas na obra volumétrica de Balenciaga quando colocada entre as curvas do mobiliário do grande salão do palácio Abondant, de meados do século 17, ou nos vestidos esculturais da Alaïa, junto ao bronzes renascentistas e barrocos.

O objetivo não é fazer uma leitura completa da história da moda e seus marcos, disse Gabet, mas dar ênfase a todos esses objetos menos notados do Louvre, destacando suas ligações com um mundo “fascinante”, “universal”, muito criativo e também apreciado pelos jovens.

“Uma peça de moda é outra camada de conhecimento e beleza”, disse o curador sobre a filosofia do Louvre Couture.

A moda não entrará nas coleções do Louvre

Apesar dessa incursão sem precedentes da moda no museu parisiense por excelência, Gabet foi categórico ao afirmar que o Louvre “nunca terá” peças de alta-costura em sua coleção, não importa quão evidente seja seu valor artístico.

O motivo é prático: na França, a missão de colecionar as peças de moda mais importantes da história cabe a outra instituição pública, o Museu de Artes Decorativas, vizinho ao Louvre, na Rue Rivoli.

Quanto ao vestuário propriamente dito, o Louvre só mantém em suas coleções algumas capas suntuosas feitas para os cavaleiros da Ordem Francesa do Espírito Santo, criada em 1578 por Henrique III e extinta no século 19.

Essas peças ocupam um lugar de destaque no centro desta exposição, que se estende por 9.000 metros quadrados.

Seus motivos em forma de fogos dourados sobre fundo preto se destacam quando expostos ao lado de um espetacular vestido dourado da coleção primavera-verão 2022 da Schiaparelli, com estrutura metálica em forma de chama, e ao lado de criações da Balmain, Chanel e Dolce & Gabbana, com ornamentos e tons semelhantes.

E outro que brilha com nome próprio é o vestido preto e branco batizado de “Louvre Museum”, da coleção primavera-verão 1949 de Christian Dior, que serve para dar as boas-vindas aos visitantes.

A inauguração desta exposição – que abriu as portas ao público na sexta-feira, 24 de janeiro e estará em cartaz até 21 de julho – acontece em plena Semana de Moda Masculina de Paris, com as coleções outono-inverno 2025-26, e no prelúdio do desfile de alta costura, que começa na segunda-feira, 27 de janeiro.

Em março, a exposição voltará a ganhar destaque com a organização de um jantar de gala para arrecadar fundos, que a imprensa local já anuncia como o Met Gala de Paris.

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Fonte: Fashion Network

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