Shein, Adidas, Hermès e Chanel foram as grandes vencedoras do mercado têxtil em 2024

Traduzido por

Estela Ataíde

Publicado em



21 de março de 2025

Novos números dos analistas da GlobalData indicam que a Shein e a Adidas cresceram fortemente no ano passado, emergindo como claras vencedoras entre os maiores nomes da moda e do esporte a nível mundial

Bloomberg

Segundo a GlobalData, “a desafiante situação econômica fez com que os consumidores fossem mais seletivos na hora de comprar roupa em 2024”.
 
No geral, prevê-se que os 10 principais players do mercado tenham ganhado participação de mercado, “já que os compradores se mantiveram fiéis às marcas de confiança, enquanto os players menores perderam terreno”.

As marcas vencedoras “ofereceram uma relação qualidade-preço e um estilo superiores, enquanto as com linhas pouco atrativas ficaram para trás. Como seria de esperar, a Shein voltou a ser a grande vencedora”.
 
Pippa Stephens, analista sênior de moda, prevê que a sua participação de mercado tenha aumentado 0,24 pontos percentuais para 1,53%, “impulsionada pelos seus preços ultrabaixos e pela rápida reação às tendências da moda, o que a ajudou a manter-se à frente das concorrentes, apesar das críticas contínuas sobre as suas práticas laborais e o seu impacto ambiental”.
 
A sua ascensão meteórica retirou participação de mercado a outras empresas de fast-fashion que operam exclusivamente online, “especialmente a ASOS e a boohoo.com, cujas vendas caíram a pique nos últimos anos”.

DR

Mas, embora a Shein tenha liderado o crescimento, outros grandes nomes também viram a sua participação de mercado mudar na direção certa. A Zara, da Inditex, continua a ser uma “empresa líder”, com uma previsão de crescimento da sua participação de mercado em 0,05 pontos percentuais, para 1,24%, graças à sua cadeia de abastecimento local, que lhe permite reagir rapidamente às novas tendências da moda, e ao seu apelo junto de um amplo grupo demográfico de compradores.
 
Isto aconteceu num momento em que a sua maior rival, a H&M, viu a sua participação de mercado cair ligeiramente para 1,06%, “já que os seus designs mais neutros e pouco inspiradores tiveram dificuldade em captar a atenção dos consumidores”. Além disso, a H&M “tem perdido consumidores para a Uniqlo, cuja participação de mercado deve ter crescido para 0,92%, graças à sua forte perceção de relação qualidade-preço e à sua significativa expansão fora do seu mercado de origem, o Japão”.
 
E a Adidas? No domínio da roupa esportiva, após ter sofrido um declínio significativo nas vendas em 2023, a empresa teve “um ano de 2024 triunfal, com um crescimento previsto da sua participação de mercado total de vestuário de 0,17 pontos percentuais, para 1,79%, impulsionada pela popularidade das suas linhas de calçado Originals”.

Outras marcas desportivas que ganharam participação de mercado foram a New Balance e a Skechers, “impulsionadas pelo seu calçado confortável e versátil, além de oferecerem um grande número de colaborações populares”.
 
Muito se falou no ano passado sobre as dificuldades da Nike e, apesar de ter a maior parcela do mercado entre todas as marcas mencionadas no relatório, a previsão é que essa participação tenha caído 0,15 pontos percentuais para 2,85%, “tornando-a a maior perdedora no mercado global de roupa em 2024, ficando para trás em termos de inovação e credenciais de moda”.

AFP

Stephens acrescentou que outro setor com dificuldades muito comentadas em 2024 foi o do vestuário de luxo, que “também registrou resultados mistos”, indicando: “As marcas dirigidas a clientes ultrarricos foram as mais resilientes, prevendo-se que a Hermès e a Chanel ganhem participação de mercado, chegando a 0,55% e 0,59%, respectivamente, uma vez que os consumidores de rendimentos elevados são menos vulneráveis às dificuldades econômicas”.

Em contraste, os compradores aspiracionais, que muitas vezes dependem de suas economias para poderem comprar artigos que são símbolo de estatuto, foram muito mais afetados, o que prejudicou as marcas de luxo mais acessíveis.
 
É certo que, neste caso, “acessível” ainda significa preços que a maioria dos consumidores nem sequer consideraria pagar. A Gucci, por exemplo, sofreu a maior queda, com uma previsão de queda da sua participação de mercado estimada em 0,10 pontos percentuais, para 0,38%.

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Fonte: Fashion Network

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