Ações da Natura&Co caem após propostas de mudanças no alto escalão e reestruturação | Empresas

As ações da Natura&Co fecharam em queda, nesta sexta-feira (21), após a empresa anunciar propostas para simplificar sua estrutura e alterar o alto escalão. Os papéis recuaram 1,66%, cotados a R$ 9,49. As negociações movimentaram R$ 287,8 milhões, abaixo do volume financeiro do pregão anterior, de R$ 315,9 milhões

Na noite de quinta-feira (20), o grupo anunciou ao mercado que irá propor aos acionistas ser incorporado pela Natura Cosméticos, o que simplificaria a estrutura organizacional e alteraria o alto escalão da empresa. Desta forma, a Natura Cosméticos S.A. voltaria a ser a holding operacional do grupo.

Em relatório, o Bradesco BBI escreveu esperar volatilidade adicional no curto prazo para as ações da companhia, à medida que a confiança na entrega da empresa está baixa.

O “timming” da mudança foi criticado por alguns analistas, considerando a conjuntura dos problemas da Avon International. As alterações foram negativas, na análise de XP, já que podem acrescentar riscos à resolução. Apesar da expectativa, a mudança da diretoria era esperada para acontecer somente após a venda da Avon International, disse o Goldman Sachs.

Os analistas do Itaú BBA lembraram do cenário operacional desafiador, após resultados do quarto trimestre com pressões na margem bruta e as tendências de desaceleração da receita da Natura Brasil.

O Citi cortou o preço-alvo para as ações da Natura, de R$ 16,60 para R$ 11,80, mantendo sua recomendação neutra. Em relatório, o banco explicou a atualização ao considerar as perspectivas operacionais mais fracas da companhia na América Latina, dado o cenário de consumo desafiador, o que deve pressionar a empresa em meio à sua grande reestruturação.

Sobre a reorganização propriamente, os analistas apontaram ser um movimento importante, que pode destravar dividendos no futuro dados os prejuízos acumulados da holding. O J.P. Morgan calculou que, com melhor estrutura tributária, a Natura Cosméticos pode gerar R$ 5,8 bilhões em valor presente líquido, o equivalente a 45% de seu valor de mercado.

Além da reorganização, a empresa trocou os cargos de executivos para adequá-los à nova estrutura. A saída de Guilherme Castellan do posto de diretor financeiro e de relações com investidores foi ruim na avaliação do J.P. Morgan, uma vez que ele tem histórico de disciplina de custos num momento em que a empresa ainda tenta reestruturar as operações.

Fonte: Valor

Compartilhar esta notícia