A cada dia que passa temos observado um aumento dos índices de longevidade, tanto no Brasil como no mundo, acompanhado, paralelamente, pela significativa diminuição dos índices de natalidade. Entretanto, os idosos não apenas fazem parte do mercado de trabalho como também são consumidores com características próprias.
É evidente também que o combate ao preconceito relativo aos idosos chamado de idadismo tem crescido de forma significativa e nos mais diferentes segmentos da sociedade. O tema pode ser observado sob vários aspectos, como na economia, consumo, empregabilidade, saúde, previdência, acolhimento, etc.
No universo da economia já ganhou destaque o termo “economia prateada”, que se refere ao crescimento do número de idosos como consumidores e agentes financeiros. Isso acontece tanto na publicidade como na transformação no comércio e serviços em geral, que estão desenvolvendo formas específicas e diferenciadas para um atendimento focado na empatia e no respeito ao idoso como consumidor.
Em algumas empresas – poucas, é verdade – já existem ações para uma integração intergeracional. Ou seja, iniciativas para ampliar o diálogo e a cooperação entre as diferentes gerações que convivem no universo corporativo.
Outro tema que exige atenção não apenas dos idosos, mas especialmente dos que estão na meia-idade ou que estão ingressando no mercado de trabalho, é a questão previdenciária. O crescente aumento do número de idosos que se aposentam em relação aos contribuintes está diminuindo perigosamente.
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Fica evidente de que a Previdência, que já é deficitária, só vai aumentar esse déficit a cada nova geração. Portanto, aqueles que se aposentarem sem uma reserva financeira vão ter muitas dificuldades para manter seu padrão de vida. Mais ainda se tiverem um número significativo de dependentes.
Uma informação curiosa e interessante que apareceu na mídia recentemente, e que ainda carece de confirmação, é a classificação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que altera radicalmente o conceito de ser jovem, estar na meia-idade e ser velho. Atualmente, a classificação é: menor de idade (de 0 a 17 anos); jovem (de 18 a 65 anos); meia-idade (de 66 a 79 anos); idosos (de 80 a 99 anos) e idosos de longa vida (acima de 100 anos).
Embora pareça um exagero, a informação circulou pelos meios de comunicação. Vale a pena aguardar para saber se é verdade ou se é mais uma das tantas mentiras que circulam no mercado.
Outro ponto que tem merecido bastante atenção no atendimento aos idosos são questões relacionadas à vida social, familiar, saúde, alimentação e atividade física, havendo vasta literatura e pesquisas disponíveis no mercado.
Um tema que começa a aparecer agora se refere às residências de longa permanência para idosos, conhecidas como RLPI. O tema ainda exige muita atenção, especialmente porque coloca à mesa o debate sobre o quanto a família é a responsável pelo cuidado do idoso, especialmente considerando que, cada vez mais, convivemos com três gerações simultaneamente.
Esta crônica deseja apenas ampliar a discussão sobre um tema muito atual. Desejo que bons debates ocorram em todos os ambientes em que o assunto faça sentido.
Renato Bernhoeft é fundador e presidente do conselho da höft consultoria. Autor de livros sobre empresas familiares, sociedades empresariais e qualidade de vida.
Fonte: Valor