Dois candidatos estão na disputa pela aquisição da Le Coq Sportif

Dois potenciais compradores, incluindo um apoiado pelo Governo francês, apresentaram-se para adquirir a Le Coq Sportif, a marca francesa de vestuário esportivo atualmente em recuperação judicial. Em um esforço para facilitar a venda, a região de Grand Est concordou em anular 50% da dívida pendente da empresa.

A Le Coq Sportif, que foi colocada sob proteção judicial em novembro, foi fornecedora de equipamentos esportivos para a delegação olímpica francesa durante os Jogos de Paris 2024. Fundada em Romilly-sur-Seine (Aube), a marca emprega cerca de 300 pessoas na França.

“Dois compradores manifestaram interesse. Nesta fase, apenas um parece estar em condições de apresentar um plano de recuperação viável”, lê-se num relatório apresentado por Franck Leroy, presidente da região Grand Est, que foi aprovado na sexta-feira, 28 de março.

De acordo com o documento, uma das propostas é apoiada pelo Estado francês. Propõe a manutenção das atividades nas instalações de Romilly-sur-Seine e oferece melhores condições aos credores públicos e privados. A proposta alternativa, pelo contrário, consiste na venda dos direitos de licença no exterior.

Em abril, o administrador judicial deverá consultar os credores – incluindo a região Grand Est – sobre um projeto de perdão parcial da dívida destinado a permitir a aquisição. O Tribunal de Comércio de Paris terá então de aprovar o plano de recuperação.

Na sexta-feira, o conselho regional votou a favor da anulação de 50% do seu crédito de 2,4 milhões de euros contra a Le Coq Sportif – equivalente a 1,2 milhões de euros – e do reescalonamento do reembolso da restante metade num período de dez anos.

Em 2021, a região de Grand Est concedeu à marca um empréstimo sem juros de 2,65 milhões de euros ao longo de 11 anos para ajudar a reestruturar a sua fábrica histórica em Romilly-sur-Seine, com o objetivo de aumentar a produção para os Jogos Olímpicos de 2024.

A Le Coq Sportif deve, alegadamente, entre 60 e 70 milhões de euros a instituições públicas, incluindo 42 milhões de euros em empréstimos concedidos pelo Estado francês.

A empresa não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da AFP. A sua empresa-mãe, a holding suíça de investimentos Airesis, também não quis comentar.