LVMH coloca Ramon Ros à frente da Fendi e Charlotte Coupé na liderança da Kenzo

A LVMH continua a reorganizar as suas marcas. Depois de reforçar a direção da Dior e da Louis Vuitton e de nomear Jean-Christophe Babin como responsável pela divisão de relógios, a gigante do luxo reorganizou a direção da Fendi e da Kenzo, nomeando Ramon Ros como CEO da casa italiana e Charlotte Coupé como CEO da marca homônima do designer japonês. Ambos os executivos são provenientes da Louis Vuitton.

Atualmente CEO da Louis Vuitton China, Ramon Ros assumirá as suas funções a 1 de julho. Sucede a Pierre-Emmanuel Angeloglou, recentemente nomeado CEO da Christian Dior Couture. Charlotte Coupé, diretora da unidade de negócio do vestuário masculino da Louis Vuitton, começará na Kenzo em 1º de maio, substituindo Sylvain Blanc, que está de saída do grupo para abraçar novos projetos. Ambos os dirigentes se reportarão a Sydney Toledano, consultor do responsável da LVMH, Bernard Arnault.
 
Formado pela Universidade de Barcelona e pelo IESE, Ramon Ros iniciou a sua carreira na Marks & Spencer no Reino Unido, primeiro em loja e depois a nível corporativo. Posteriormente, ocupou cargos de liderança na Diesel e, mais tarde, na Tous. Em 2013, ingressou na LVMH como managing director da Givenchy China, desenvolvendo a atividade em Xangai. Três anos depois, foi promovido ao cargo de diretor internacional da Givenchy, com sede em França. Em 2020, juntou-se à Louis Vuitton na China, onde foi nomeado sucessivamente presidente da zona “China Continental” em 2022.

A LVMH destaca “a sua vasta experiência no varejo de luxo e no atendimento ao cliente, combinada com a sua paixão pela excelência dos produtos e a sua liderança colaborativa”, bem como “a sua carreira marcada por inúmeros sucessos”. Principalmente na Louis Vuitton China, onde “desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da atratividade da marca, bem como na construção e desenvolvimento de uma talentosa equipe local”.

Ramon Ros chega à Fendi num momento delicado, uma vez que a marca, que celebra este ano o seu centenário, se separou em outubro passado de Kim Jones, seu diretor criativo de moda feminino e alta-costura. De acordo com as últimas indiscrições, Maria Grazia Chiuri, atualmente na Dior, poderá assumir o cargo. Silvia Venturini Fendi, diretora criativa de acessórios e moda masculina, supervisionou a coleção de aniversário da maison, que foi apresentada em Milão em fevereiro, e deverá manter-se em funções.
 

Uma especialista em moda masculina para a Kenzo

 
Charlotte Coupé, que tem um master pelo ISC Paris e outro pela Sorbonne, iniciou a sua carreira em 2006 no atendimento ao cliente na Ralph Lauren, ocupando posteriormente cargos de crescente responsabilidade no merchandising de moda masculina. Em 2013, juntou-se à Lacoste como senior product director menswear. Depois, ingressou na Louis Vuitton em 2016, abraçando o cargo de diretora de moda masculina, antes de assumir a direção desta unidade de negócio.
 
Na sua nova função na Kenzo, Charlotte Coupé “utilizará a sua expertise e liderança em moda para fortalecer a desejabilidade da marca e continuar a modernização e o crescimento da casa francesa. A sua paixão genuína pelos produtos, o seu profundo conhecimento de moda e a sua comprovada capacidade de colaborar com designers icônicos e ousados, particularmente na Louis Vuitton, onde liderou a moda masculina, contribuíram significativamente para o notável crescimento desta categoria”, sublinha o grupo.

Ramon Ros será substituído por Daniel DiCicco, proveninente da Apple, onde liderava desde 2018 as operações de varejo o a nível mundial. Formado pela Universidade de Harvard e com formação em Advanced Management Program (AMP) pela Harvard Business School, o executivo iniciou a sua carreira na Sony Music em Nova York, subindo na hierarquia em gestão de estúdio, marketing, liderança de equipes internacionais e, mais tarde, como presidente da Ásia. Antes de se juntar à Apple em 2013, onde supervisionou as operações no Japão e na Coreia do Sul, desempenhou funções durante três anos na Coach como presidente e CEO do Japão/Norte da Ásia. Por isso, conhece bem a Ásia, tendo trabalhado na região durante 12 anos.

“A sua vasta experiência em varejo e merchandising, o seu grande interesse na experiência do cliente, o seu profundo conhecimento dos mercados e clientes asiáticos, bem como o seu sólido historial no desenvolvimento de talentos, serão fundamentais para dinamizar as nossas equipes locais e continuar o crescimento da Louis Vuitton na China”, afirmou o grupo de luxo em comunicado de imprensa.
 
Vale lembrar que, além de Pierre-Emmanuel Angeloglou, que passou para a Dior, a LVMH nomeou também recentemente o CEO da Loro Piana, Damien Bertrand, para o cargo de diretor-geral adjunto da Louis Vuitton, enquanto Frédéric Arnault, que chefiava a divisão de relógios desde 2024, lhe sucedeu à frente da marca italiana de caxemira.