O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que o Banco Central está migrando para um patamar de taxa de juros em que “ele tenha alguma segurança de que está em um patamar restritivo” e que no momento o BC está “tateando” o ajuste. Galípolo participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.
“O que o Banco Central está fazendo é migrando para um patamar que ele tenha alguma segurança de que está num patamar restritivo e a gente está tateando agora esse ajuste se a gente está num patamar restritivo suficiente, qual é o patamar restritivo suficiente ao longo desse ciclo de alta que ainda estamos fazendo”, disse.
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 13,25% para 14,25% ao ano na última reunião. O colegiado ainda sinalizou uma continuidade do ciclo de elevações com uma nova alta de menor magnitude para o próximo encontro, marcado para os dias 6 e 7 de maio.
Galípolo também voltou a falar que, talvez, os mecanismos de transmissão de política monetária no Brasil não apresentem a mesma fluidez de outros países. “O que acaba demandando com que as doses do remédio sejam mais elevadas para que consigam atingir o mesmo efeito. É óbvio que é desejável que a gente consiga normalizar a política monetária no Brasil para que possa ter um nível de juros mais semelhante ao que a gente pode enxergar nos nossos pares, mas de maneira que a potência da política monetária seja aumentada “, disse.
Galípolo ressaltou que a normalização da política monetária vai demandar uma “série de reformas contínuas” muitas vezes fora da alçada do BC, sem uma “bala de prata”.
Galípolo ainda falou sobre as altas taxas de juros cobradas no cartão de crédito rotativo e apontou que essa é uma linha emergencial, que não deveria ser usada de maneira cotidiana.
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Fonte: Valor