China mostra o caminho para as cidades inteligentes | Summit Valor Brazil China 2025

O primeiro painel do “Summit Valor Econômico Brazil-China” dedicou-se ao debate sobre as cidades inteligentes. Xangai, onde acontece o evento, é líder no ranking de smart cities da Ásia e serve de exemplo ao Brasil com projetos e parcerias que podem ser desenvolvidos.

“Quem teve a oportunidade de passear por Xangai pôde perceber o quanto a tecnologia transforma a vida dos cidadãos e das cidades em termos de serviços públicos”, afirmou Alan Gripp, mediador do painel e diretor de Redação de “O Globo”.

O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, abriu o debate falando das ações práticas que a tecnologia e a inovação trouxeram à cidade. Ele destacou a implementação do Smart Sampa – iniciativa da gestão municipal para reforçar a segurança pública.

Segundo Nunes, a instalação de 25 mil câmeras possibilitou nos últimos seis meses a prisão de 1.020 foragidos da Justiça pela polícia através do reconhecimento facial, sem precisar dar nenhum tiro. “Foi muito bom andar por Xangai com o celular nas mãos e muita tranquilidade. É o que estamos fazendo em São Paulo com tecnologia chinesa”, disse.

Já Elias Jabbour, representante da Prefeitura do Rio no evento e presidente do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, destacou o sistema BRT da capital fluminense. Para ele, o Rio passa por uma “revolução na área de transporte”, com o sistema de transporte público sendo mediado por “inovações tecnológicas disruptivas”, como a inteligência artificial.

No quesito mobilidade urbana, o vice-presidente da Câmara Brasil-China (BraCham), Jesse Efraim Silva Guimarães, lembrou que as grandes empresas chinesas têm seus próprios centros de desenvolvimento que visam melhorar a urbanização.

Zhang Jianyu, vice-diretor de Pesquisa do Conselho da China para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, disse que Xangai é o lugar adequado para discutir o desenvolvimento verde. “É uma cidade que atrai investimentos para ser sustentável e inteligente.” Ele também citou a melhora da qualidade do ar em Pequim.

Outro exemplo é Suzhou. A cidade possui a cadeia de manufatura mais completa da China, com foco na indústria robótica. Mesmo sendo a cidade chinesa mais inovadora, o quesito sustentabilidade se mantém. “Desenvolvimento ecológico não restringe desenvolvimento econômico. Ao priorizar a proteção ao meio ambiente, favorece-se uma economia de alta qualidade”, afirmou Gu Haidong, vice-prefeito de Suzhou.

Essa filosofia de ação é uma das razões pelas quais as cidades chinesas se tornaram um lugar de incubação de tecnologias. O processo vai desde a digitalização, com integração e compartilhamento de dados, até o uso de ferramentas digitais e sua aplicação prática. “Hangzhou é um exemplo global de cidade inteligente”, disse Chen Weiqiang, vice-prefeito da cidade, que é sede de gigantes chinesas de tecnologia, como Alibaba e Deep Seek.

O Summit é uma realização da Editora Globo e do Valor Econômico, em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Caixin Global; com patrocínio master de BRF Marfrig; patrocínio de Cedae, ApexBrasil, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Prefeitura do Rio de Janeiro, CNA/Senar, BYD e Huawei; e com apoio de Eletromidia, Vale, CNI, governo do Estado de São Paulo, Portos Do Paraná, Suzano, Prefeitura de São Paulo e Fiesp.

Fonte: Valor

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