Kering: vendas caem 14% no primeiro trimestre, afetadas pela Gucci

Ainda pressionado pela sua marca principal, a Gucci, o grupo de luxo anunciou na quarta-feira, 23 de abril, que as vendas caíram 14% para 3,88 bilhões de euros no primeiro trimestre de 2025. A empresa também disse ter “aumentado a sua vigilância para superar a turbulência macroeconômica”.

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O seu CEO, François-Henri Pinault, declarou: “Como havíamos antecipado, a Kering foi confrontada com um início de ano difícil. Redobramos a nossa vigilância para ultrapassar a turbulência macroeconômica que afeta o nosso setor e estou confiante de que sairemos mais fortes da situação atual.”
 
Em relação às taxas alfandegárias americanas, a diretora financeira Armelle Poulou enfatizou durante uma conversa com jornalistas: “Acreditamos que temos a capacidade de proteger as nossas margens através de aumentos de preços. Ainda há muitas incertezas atualmente, por isso estamos trabalhando nelas.”

Durante o primeiro trimestre, o volume de negócios da Gucci caiu 24%, para 1,57 bilhão de euros. “A Gucci continua a trabalhar para reforçar e renovar a sua oferta, com as novas linhas de bolsas sendo bem recebidas”, garantiu a Kering.
 
Em meados de março, o grupo anunciou a nomeação do designer Demna Gvasalia, proveniente a Balenciaga e escolhido como novo diretor artístico da Gucci, e, substituição a Sabato de Sarno, que permaneceu apenas dois anos no cargo. Uma decisão que não satisfez os mercados: no dia seguinte, as ações da Kering caíram 11%.
 
As vendas da Yves Saint Laurent caíram 8% para 679 milhões de euros, enquanto as vendas da Bottega Veneta aumentaram 4% para 405 milhões de euros. As vendas de “outras maisons” (Balenciaga, Alexander McQueen, etc.) caíram 11%, para 733 milhões de euros.
 
A receita da Kering Eyewear atingiu 476 milhões de euros, um aumento de 4%, “impulsionado pelo desempenho da Europa e da categoria Ótica”. Nesta divisão, a Kering Beauté “alcançou uma receita de 71 milhões de euros, um aumento de 6% numa base comparável”, segundo o comunicado.
 
Geograficamente, o declínio foi particularmente acentuado na Ásia-Pacífico (-25%), “em linha” com o quarto trimestre, especificou a Kering.