A Latam fechou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido atribuído aos acionistas controladores de US$ 355 milhões, alta de 37,6% na comparação com igual período do ano passado. A empresa disse que o resultado ocorreu por conta da boa demanda por transporte aéreo na região.
A receita total no trimestre foi de US$ 3,4 bilhões, alta de 2,7% contra igual trimestre de 2024.
No primeiro trimestre de 2025, a capacidade consolidada do grupo Latam, medida em assentos-quilômetro oferecidos (ASK), cresceu 7,3%, impulsionada, principalmente, por um aumento de 10,7% nas operações internacionais. No período, o grupo transportou 20,968 milhões de passageiros, um aumento de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Ebitdar ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos de reestruturação ou arrendamento) da empresa fechou o trimestre em US$ 962 milhões, alta de 20,9% e considerado recorde trimestral. A margem ebitdar ajustada foi de 28,2%, salto de 4,3 pontos percentuais.
Segundo a companhia, o cenário de preços de combustíveis menos remuneradores impulsionou a estrutura de custos e contribuiu para a expansão da rentabilidade do negócio.
“A capacidade de adaptação operacional e financeira da Latam permite que ela esteja bem preparada para enfrentar os próximos meses, aproveitando a agilidade do grupo para entregar resultados sólidos e capturar oportunidades em toda a região. Apesar de um ambiente macroeconômico dinâmico e desafiador, o grupo continua focado em promover o crescimento rentável, elevar a experiência de viagem dos clientes, ampliar o engajamento dos funcionários e gerar valor para os acionistas da Latam Airlines Group S.A.”, disse Ricardo Bottas, CFO do Latam Airlines Group, em comunicado.
A empresa fechou o trimestre com uma frota de 348 aeronaves. A previsão é de que a aérea feche o ano com 371 aeronaves. O número deve saltar para 378 em 2026 e cair 376 ao fim de 2027.
Efeitos da guerra tarifária
A companhia aérea comunicou ao mercado, na noite desta segunda-feira (28), a atualização das suas projeções em que sinaliza uma maior demanda por transporte aéreo na região. O grupo, entretanto, ponderou que a guerra tarifária global traz um elevado componente de incerteza nas suas projeções.
No documento, a empresa apontou esperar que sua oferta global de assentos (ASK) salte entre 7,5% e 9,5% em 2025 na comparação com 2024. A projeção representa um salto de 0,5 ponto percentual nas duas pontas contra a estimativa anterior. Já no lado do mercado doméstico do Brasil a perspectiva é de um salto entre 7% e 9% na oferta de assentos — antes, a estimativa rondava de 6% a 8%. Já a receita deve ficar entre US$ 13,8 bilhões e US$ 14,2 bilhões — antes, o intervalo era entre US$ 14 bilhões e US$ 14,5 bilhões.
A estimativa do grupo é fechar o ano com um Ebitdar (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos de reestruturação ou arrendamento) ajustado entre US$ 3,4 bilhões e US$ 3,75 bilhões. A alavancagem está prevista para 1,5 vez — antes, era previsto 1,7 vez.
Ante o bom momento da demanda, a empresa cortou sua estimativa de dívida líquida, de algo inferior a US$ 5,4 bilhões para um valor menor que US$ 5,2 bilhões.
Em nota, a empresa explicou que o ajuste nas projeções refletem os fortes resultados no primeiro trimestre e ao atual ambiente de demanda estável.
“O cenário atual, entretanto, torna muito difícil prever as expectativas e incertezas macroeconômicas do mercado, o que pode impactar a demanda de passageiros e carga, devido ao potencial impacto tarifário”, disse a empresa.
A Latam acrescentou que quaisquer mudanças relevantes podem afetar a demanda internacional de passageiros e o frete aéreo para os Estados Unidos, bem como a demanda de passageiros e cargas para outras regiões. “No caso de carga, embora as mudanças não necessariamente impactem diretamente os negócios de carga do grupo Latam, elas podem criar capacidade ociosa de transporte aéreo e afetar o setor de forma mais geral”, disse a companhia.
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Fonte: Valor