Parlamentares da oposição pediram, neste sábado (3), o afastamento do novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz. O ex-secretário-executivo assumiu o comando da pasta na sexta-feira (2), depois do pedido de demissão de Carlos Lupi, em meio a uma operação da Polícia Federal deflagrar um esquema de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo o afastamento e a investigação de Wolney. O deputado bolsonarista acusa o novo ministro de omissão dolosa por uma suposta “inércia diante de informações robustas acerca de fraudes bilionárias” no INSS, já que estava na reunião de 2023 em que Lupi foi alertado das fraudes no instituto.
“Essa omissão deliberada, por parte de um agente público com poder decisório e o dever de agir, revela, prima facie, conduta dolosa e negligência grave no cumprimento de suas atribuições ou ainda o que levanta indícios de conivência institucional e desvio de finalidade”, diz o documento.
Sóstenes alega que Wolney teria, por meio de sua conduta dolosa, cometido prevaricação, improbidade administrativa, desvio de finalidade e afronta à moralidade administrativa. Por conta disso, defende o líder do PL, o novo ministro não deveria manter o cargo de ministro.
“A ulterior nomeação do Sr. Wolney Queiroz para o cargo de Ministro titular da mesma pasta, sobre a qual pairam as graves denúncias de fraude e onde sua omissão se manifestou de forma flagrante, não apenas fragiliza a necessária apuração isenta dos fatos, mas também configura um atentado aos princípios da moralidade e da probidade administrativa, erigidos como pilares da atuação da administração pública pela carta constitucional”, argumenta Sóstenes.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também pediu o afastamento imediato e a investigação do novo ministro da Previdência sob os mesmos argumentos de Sóstenes. A parlamentar entrou com uma ação popular contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Vara Federal do Distrito Federal por ter nomeado o número dois de Lupi mesmo após a deflagração da operação.
“Sua nomeação [de Wolney por Lula] para substituir Lupi ofende, desta forma, a moralidade ato administrativo, em flagrante violação aos preceitos constitucionais e legais, pois o Ministro hoje nomeado tinha total ciência da gravidade revelada pelo Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal, que deflagrou a Operação Sem Desconto no dia 23 de abril de 2025”, afirma Damares na ação.
Com isso, Damares sustenta que a nomeação de Wolney é um “ato nulo por violar o princípio da moralidade administrativa”.
Procurado por meio do Ministério da Previdência, Wolney não se manifestou até a publicação desta reportagem. Alvo da ação de Damares, Lula não respondeu, ao ser procurado por meio de assessoria.
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Fonte: Valor