quando o Oriente tenta compreender o Ocidente

O Oriente encontrou o Ocidente na Kenzo nesta temporada, embora não de forma muito harmoniosa, em uma coleção que foi recebida com um silêncio quase ensurdecedor.

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Poderíamos educadamente descrever esta coleção Outono 2025 como um nobre esforço mas que não atingiu o objetivo. A coleção foi a primeira do designer japonês Nigo desde a nomeação do diretor de design Joshua Alec Bullen, que se juntou à Kenzo depois de impressionar na Givenchy, outra marca da LVMH. A dupla tem trabalhado em conjunto nos últimos dois meses.

O desfile da coleção foi apresentado dentro do Musée de Chaillot, um fantástico complexo da década de 1930 às margens do Sena, cujo espaço expositivo oferecia uma vista perfeita da Torre Eiffel. O imponente monumento apareceu em um elegante cardigã com zíper e também em uma camisa rosa – colocado ao lado do ponto turístico mais famoso do Japão, o Monte Fuji.

Da mesma forma, a dupla de estilistas tentou fazer um dueto entre duas culturas, combinando alfaiataria francesa clássica e tecidos finos com o amor de Kenzo Takada por tons brilhantes e loucos. O que deu origem a uma abertura charmosa – jaquetas de lã xadrezes, calças vermelhas floridas, casacos masculinos de homens de negócios elegantemente oversized ou cardigãs em mohair – criados em tons lima, rosa suave ou verde médio.

Metade do elenco segurava rosas vermelhas de tecido, outros seguravam garrafas escondidas bolsas de papel feitas de couro. Seria um trocadilho com as leis sobre bebidas alcoólicas de Nova Jersey? Onde qualquer garrafa de cerveja deve ser escondida, sob pena de multa.

Mas quando se tratava de jaquetas safári XXXL com estampas paisley absurdamente chamativas, era difícil imaginar que garota, ou rapaz, iria querer namorar alguém vestido daquele jeito. Grande parte das roupas apresentadas eram ótimas, mas também muito previsíveis.

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Em seguida, foram apresentadas roupas com bordados florais, mas poucas deram certo, exceto talvez uma em tela de algodão claro, o mesmo look usado por Pharrell Williams na primeira fila. Este compareceu ao desfile de moda de Nigo após sua colaboração com a Vuitton, vista na segunda-feira, 20 de janeiro. Williams estava sentado perto do líder do grupo de moda LVMH, Sidney Toledano, e do ator francês Vincent Cassel.

As sementes de uma possível colaboração positiva entre Nigo e Joshua foram sugeridas em algumas peças de alfaiataria fluida e quimonos extravagantes. Mas o clima foi abafado por um violoncelista mordaz, após um pandemônio de paparazzi antes do evento para alguns cantores de K-pop muito obscuros, levando aos aplausos mais mornos que este crítico ouviu em um desfile em Paris em uma década.

Um momento muito revelador.