Shein estaria considerando trocar Londres por Hong Kong para abrir capital

Por

EFE

Publicado em



29 de maio de 2025

Segundo informações do Financial Times (FT), a Shein, plataforma chinesa de comércio eletrônico especializada em roupas, estaria considerando mudar Londres para Hong Kong como destino de seu esperado IPO, devido a desentendimentos com reguladores britânicos. Esses desentendimentos refletem aqueles que a empresa teve com reguladores americanos.

De acordo com o Financial Times, a Shein estaria considerando trocar Londres por Hong Kong para abrir capital
De acordo com o Financial Times, a Shein estaria considerando trocar Londres por Hong Kong para abrir capital – Reuters

O jornal britânico, que citou fontes anônimas, disse que os planos da Shein de abrir o capital datam do final de 2023 e que o primeiro destino escolhido foi Nova York, embora tenha mudado para Londres devido aos problemas com os reguladores americanos.

Agora, a discordância com as autoridades britânicas decorreu da linguagem usada para divulgar os fatores de risco no prospecto de investidores da empresa, incluindo trechos relacionados às possíveis ligações da Shein com a região de Xinjiang, no noroeste da China, uma grande produtora de algodão e foco de alegações de violações de direitos humanos.

A maior parte das cadeias de suprimentos da Shein está localizada na China, e a empresa declarou que opera sob uma “política de tolerância zero” contra trabalho forçado.

No entanto, outra fonte consultada pelo Financial Times afirma que esse debate foi resolvido há semanas e que a Shein já tinha aprovação preliminar do regulador financeiro britânico, a FCA, sugerindo que a possibilidade de entrar em Hong Kong surgiu com força diante do aumento das tensões geopolíticas e da escalada de tarifas promovida pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Embora os Estados Unidos representem cerca de um terço do faturamento anual de US$ 38 bilhões da Shein, o impacto dos impostos americanos sobre as vendas naquele território tem sido menor do que o esperado.

De qualquer forma, a empresa continua sob escrutínio de autoridades americanas e europeias. Na semana passada, Bruxelas anunciou sua intenção de aplicar uma taxa de dois euros à entrada na União Europeia (UE) de pequenas encomendas, a grande maioria proveniente da China por meio de plataformas digitais como Temu e Shein.

Além disso, relatos de queda nos lucros levantaram dúvidas sobre a capacidade da Shein de transformar seu IPO em uma transação que correspondesse ao valor estimado de US$ 66 bilhões de sua última rodada de financiamento.

A empresa foi fundada na China em 2012, embora sua popularidade tenha disparado durante a pandemia, graças ao aumento significativo nas vendas online durante o período. Em 2022, mudou sua sede para Cingapura.

© EFE 2025. Está expressamente proibida a redistribuição e a retransmissão do todo ou parte dos conteúdos dos serviços Efe, sem prévio e expresso consentimento da Agência EFE S.A.

Fonte: Fashion Network

Compartilhar esta notícia