Nos salões, nas ruas e, principalmente, nas redes sociais, um novo movimento tem ganhado força: o retorno de muitas mulheres ao cabelo alisado. A decisão, no entanto, não surge do nada. Ela nasce do cansaço de tentar manter os cachos sempre definidos, de seguir cronogramas capilares complexos, de gastar tempo e dinheiro com produtos que, muitas vezes, não são pensados para a real necessidade dos cabelos cacheados, crespos e ondulados.
Enquanto o Google registra um salto de 119% nas buscas por “cabelos lisos”, cresce também a sensação de abandono entre aquelas que, por anos, abraçaram a textura natural dos fios. E não é por acaso: mesmo em um país onde 70% da população tem cabelos cacheados, crespos ou ondulados — e onde 55% se declara negra — ainda há pouca oferta de produtos acessíveis e eficazes para esse público.
Para entender os caminhos e os cuidados possíveis para quem deseja manter os fios naturais sem abrir mão da praticidade e da saúde capilar, Thelma Assis, médica e influenciadora, compartilha suas experiências, orientações e reflexões sobre o que está por trás dessa escolha e como seguir cuidando dos cachos com leveza e autoestima.

Foto: Thelma Assis (@denis.cord)
dicas da Thelma Assis para cabelos cacheados e crespos
STL: Nos últimos anos vimos uma grande valorização do cabelo natural, mas agora muitas mulheres negras estão voltando a alisar os fios. O que você acha que está motivando esse movimento?
Thelma Assis: “Eu entendo esse movimento com muita empatia. A gente precisa lembrar que usar o cabelo natural é um compromisso diário, muitas vezes cansativo, emocional e financeiramente complicado. Nem todo mundo tem tempo, estrutura ou acesso aos produtos certos para manter o cabelo saudável. O que eu tenho visto é que muitas mulheres estão exaustas de tentar dar conta de tudo e acabam optando pelo alisamento como forma de praticidade, de respiro até. E isso não deve ser julgado. O problema não está na escolha do alisamento em si, mas no fato de que, mesmo com a maioria da população tendo cabelos crespos e cacheados, o mercado e a sociedade ainda não darem o suporte que nós merecemos.”
STL: Você sempre aparece com o cabelo impecável nas redes sociais. Como é a sua rotina de cuidados com os fios crespos? Alguma dica prática que fez a diferença para você?
T.A.: “Nunca fui aquela pessoa que passa horas cuidando do cabelo. Minha vida sempre foi muito corrida como médica e depois com os compromissos da vida pública, então sempre priorizei uma rotina prática que funcionasse de verdade. Sempre busco produtos que cuidem do meu cabelo sem complicar. Meu segredo é aproveitar o momento do banho para hidratar e cuidar dos meus fios. Eu tô viciada na nova linha Siàge Pro Cronology Curvas, especialmente no shampoo e condicionador, que deixam meu cabelo super leve e ao mesmo tempo hidratado, mas a minha grande paixão do momento é o finalizador Crono Jelly da marca porque ele reduz o meu frizz quase que completamente e ainda dá um brilho maravilhoso.”

Foto: Thelma Assis (@denis.cord)
STL: Muitas mulheres reclamam do tempo e do custo para manter os cachos e crespos saudáveis. Na sua opinião, o mercado tem atendido de forma justa e acessível as necessidades de quem tem cabelo crespo ou cacheado?
T.A.: “Ainda estamos longe do ideal. A verdade é que durante muito tempo a indústria ignorou completamente os cabelos crespos como se fossem uma exceção, quando na real não somos. A gente avançou sim, temos mais opções hoje do que há dez anos, mas muita coisa ainda é cara, difícil de encontrar ou simplesmente não funciona. E isso gera frustração, cansaço, sentimento de abandono mesmo. Por isso eu sempre bato na tecla da importância de marcas como Eudora que se comprometem de verdade, investem em tecnologia acessível e escutam quem usa. Quando a gente encontra um produto que entrega resultado de salão no nosso banho em casa, isso muda tudo.”
STL: O cabelo, para a mulher negra, é muito mais do que estética — também uma construção de identidade. Como foi esse processo para você? Já teve fases de dúvida ou pressão para alisar?
T.A.: “Eu acredito que a grande maioria das mulheres com cabelos crespos ou cacheados, especialmente as que passaram dos 30 anos, já viveu algum momento de insegurança com os próprios fios. Eu mesma senti isso durante muito tempo. Cresci sem referências, sem ver mulheres com cabelo como o meu na TV, nas capas de revista ou nos comerciais. A gente era incentivada a alisar, a esconder nossa textura natural como se fosse algo que precisava ser ‘domado’. Mas com o tempo, fui entendendo que o cabelo faz parte da minha história e da minha identidade. Assumir meu cabelo foi um processo de reconexão com quem sou e com o que eu quero representar.”
STL: Para quem está cansada, mas ainda quer manter os fios naturais, o que você diria? Como encontrar equilíbrio entre praticidade, autoestima e autocuidado?
T.A.: “Antes de tudo, respeite o seu tempo e não se cobre tanto. Cuidar do cabelo natural não precisa ser um fardo, a chave está em simplificar. Nem todo mundo vai conseguir seguir um cronograma capilar certinho, e está tudo bem. O importante é ter produtos que funcionem para você e que realmente foram pensados para o nosso cabelo. Isso faz toda a diferença. Eu, por exemplo, estou sendo salva diariamente pela linha completa de Siàge Pro Cronology Curvas. São sete produtos que vão do shampoo à máscara de hidratação, passando pelo potencializador de reconstrução e finalizador Crono Jelly. Não significa que eu passo todos os produtos diariamente, mas todos os produtos foram pensados justamente para se complementarem para que a gente não precise passar horas cuidando. O equilíbrio entre praticidade, autoestima e autocuidado começa quando a gente encontra soluções que respeitam quem somos e o que o nosso cabelo precisa.”
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Fonte: Steal the Look