Se você ainda associa perda muscular apenas ao envelhecimento, saiba que o cenário está diferente. A sarcopenia, uma condição marcada pela perda progressiva de massa, força e desempenho muscular, tem se tornado um dos temas mais urgentes da Medicina do Estilo de Vida — inclusive entre pessoas jovens.
E sim, esse movimento tem tudo a ver com o nosso tempo: dietas da “moda”, uso sem acompanhamento das famosas canetas emagrecedoras (como semaglutida, tirzepadita) e a cultura de emagrecimento a qualquer custo têm feito com que muita gente perca não só gordura, mas músculo — o órgão de ouro do metabolismo.

Foto: Sarcopenia está afetando jovens (Pinterest)
afinal, o que é sarcopenia?
Durante muito tempo, a sarcopenia foi definida apenas pela perda de massa muscular. Hoje, o conceito mais atual — e mais útil clinicamente — inclui também a perda de função muscular, ou seja, da força e da performance física. Essa mudança de perspectiva abriu um novo campo de entendimento: você pode até parecer magra ou “em forma” esteticamente, mas ainda assim estar metabolicamente frágil.
E mais: a sarcopenia não exclui a obesidade. Existe um quadro chamado obesidade sarcopênica, em que o paciente apresenta excesso de gordura corporal e, ao mesmo tempo, baixa massa, força e função muscular. O risco metabólico nesse cenário é duplo — e os desfechos são semelhantes aos da sarcopenia clássica: pior qualidade de vida, maior risco de quedas, fraturas, resistência à insulina e envelhecimento precoce.
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Foto: @babalwe_msengana (Reprodução/Instagram)
como identificar a condição
O processo pelo qual a sarcopenia ocorre ainda está em evolução, mas sabemos que envolve:
• Um desequilíbrio entre anabolismo e catabolismo muscular;
• Alterações na qualidade do músculo, como infiltração gordurosa e disfunção mitocondrial;
• Resistência insulínica e inflamação crônica de baixo grau, que contribuem para o processo.
Apesar de parecer complexa, a avaliação da sarcopenia é relativamente simples e pode ser feita de forma progressiva:
- Força muscular: o primeiro passo é medir a força com um dinamômetro. Valores abaixo das referências por gênero já acendem o alerta.
- Massa muscular: se a força estiver comprometida, o próximo passo é avaliar a massa. As ferramentas mais usadas são a bioimpedância e o exame de DXA (densitometria de corpo inteiro).
- Performance física: testes como o Time Up and Go (TUG) ou teste de marcha ajudam a classificar a sarcopenia como leve ou severa.
Se há queixas clínicas, baixa força e redução de massa muscular, o diagnóstico está confirmado — e a intervenção deve começar o quanto antes.

Foto: Eugenia Kelcy (Pinterest)
como tratar a sarcopenia
O treinamento de força é o pilar central no tratamento da sarcopenia. Ele ativa as vias de construção muscular, melhora a sensibilidade à insulina e reduz a inflamação.
Na alimentação, o foco deve ser:
• Aporte adequado de proteína ;
• Calorias suficientes para suportar o anabolismo muscular;
• Nutrientes anti-inflamatórios e antioxidantes.
Estamos vivendo uma era em que corpos jovens estão enfraquecendo silenciosamente. Em nome do emagrecimento rápido, estamos vendo a troca da massa muscular — um ativo de saúde e vitalidade — por uma estética momentânea, muitas vezes frágil.
Longevidade saudável é aquela que vem com autonomia e energia — e isso começa com músculos vivos, bem cuidados e bem nutridos.
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Fonte: Steal the Look