Este smartphone da Coreia do Norte tira prints a cada 5 minutos

Resumo
  • Um celular da Coreia do Norte captura automaticamente a tela a cada cinco minutos, armazenando as imagens em pastas ocultas para vigilância estatal, sem acesso do usuário.
  • O sistema censura palavras e expressões, substituindo termos como “Coreia do Sul” por “estado fantoche”.
  • A captura automática é comparada ao Recall do Windows 11, mas difere no propósito, já que o segundo oferece controle do usuário.

Um smartphone desenvolvido na Coreia do Norte mostra como o governo local pode controlar o acesso à tecnologia no país. Embora, à primeira vista, o aparelho se pareça com qualquer modelo comum no mercado, seu sistema operacional esconde uma série de mecanismos de censura e monitoramento.

O dispositivo ganhou destaque em uma reportagem da BBC, que conseguiu acesso a uma unidade contrabandeada. Um dos recursos mais polêmicos é a captura automática de tela a cada cinco minutos, com as imagens salvas em pastas ocultas, inacessível ao usuário e disponível para revisão das autoridades.

Como funciona esse sistema de vigilância?

Além das capturas de tela periódicas, o sistema do smartphone foi projetado para censurar automaticamente palavras e expressões consideradas inapropriadas pelo governo norte-coreano. Ao tentar digitar termos ligados à cultura da Coreia do Sul, como “oppa” — usado para se referir a um irmão mais velho ou namorado —, o celular troca a palavra por “camarada” e exibe um alerta informando que o termo só pode ser usado para um irmão biológico.

O mesmo acontece com expressões políticas. Ao digitar “Coreia do Sul”, o sistema altera automaticamente para “estado fantoche”, refletindo o discurso oficial adotado pelo regime de Kim Jong-un. Essa combinação de censura automática com monitoramento contínuo faz parte do controle rígido que o governo exerce sobre a comunicação digital dos cidadãos.

O design do aparelho, segundo a reportagem, lembra modelos de marcas como Huawei ou Honor. No entanto, não há confirmação se esses fabricantes têm, de fato, qualquer vínculo oficial com o mercado norte-coreano ou se os dispositivos são adaptados com softwares específicos desenvolvidos pelo próprio governo.

Igual ao Windows Recall?

A revelação do funcionamento desse smartphone ocorre pouco tempo depois da Microsoft a liberar o recurso Recall para computadores com inteligência artificial no Windows 11.

Assim como no caso norte-coreano, a ferramenta tira prints constantes da tela. No caso da Microsoft, a promessa é que os dados ficam armazenados localmente, acessíveis apenas pelo próprio usuário, como uma espécie de memória digital para facilitar buscas e resgatar atividades passadas.

Mas a semelhança entre os dois sistemas não passou despercebida na comunidade de tecnologia. Enquanto na Coreia do Norte as capturas são feitas de forma clandestina, com objetivo de vigilância estatal, com o Recall a proposta indica ser mais transparente, com controle e gestão pelo próprio usuário — o Windows Recall só entra em ação se o usuário ativá-lo.

Ainda assim, especialistas em segurança digital já alertaram para riscos de privacidade, caso essas imagens sejam acessadas por terceiros, especialmente em casos de vazamento de dados, malware ou falhas de segurança.

Com informações do TechSpot e BBC

Este smartphone da Coreia do Norte tira prints a cada 5 minutos

Fonte: Tecnoblog

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