Na Vivatech, a LVMH entrega prêmios de inovação a Kahoona, OMI e Genesis

Durante a feira Vivatech, em Paris, o gigante francês dos artigos de luxo LVMH celebrou as empresas inovadoras que trabalham com as suas marcas. Em sua nona edição, o evento atribuiu três prêmios a cerca de quinze empresas inovadoras. Um júri composto por responsáveis de diferentes departamentos do grupo de luxo selecionou os vencedores. Depois de Stéphane Bianchi, Diretor-Geral Adjunto do grupo, ter celebrado a abordagem da LVMH à inovação, exaltando uma visão em que as pessoas estão em primeiro lugar, as start-ups foram destacadas e felicitadas por Antoine Arnault, Diretor de Comunicação do grupo, que veio substituir o seu pai, Bernard Arnault, ausente para “cumprir obrigações diplomáticas”.

A Kahoona, sediada em Nova York, recebeu o prêmio Best Business. A empresa, fundada há três anos, trabalha há nove meses com a Dior, que utiliza a sua solução no seu site de comércio eletrónico.

A Kahoona destaca a sua capacidade de efetuar uma segmentação preditiva em tempo real dos perfis dos visitantes do site. “Quando um cliente entra em uma loja, o vendedor pode analisar o seu comportamento e a sua postura, para responder da melhor forma possível às suas necessidades. Criamos uma análise digital da linguagem corporal“, explica Gal Rapoport, cofundador da start-up de 27 pessoas, que anteriormente dirigiu a equipe responsável pelas perguntas de personalização das soluções Alexa da Amazon. “Analisamos o comportamento dos internautas anônimos, os locais onde clicam no seu smartphone e os produtos que observam, para definir o seu perfil.”

A solução parece ter convencido o gigante do luxo: outras casas, para além da Dior, irão em breve implementar esta solução para apresentar ofertas específicas em tempo real a internautas que ainda não são clientes. A Kahoona, que está desenvolvendo a sua oferta para empresas de moda e beleza, se prepara para uma rodada de financiamento que deverá estar concluída no segundo semestre do ano.

A Genesis, que ganhou o prêmio Best Impact, também está avançando para uma nova rodada de financiamento, depois de ter angariado quase 3 milhões de euros no ano passado.

A empresa sediada em Paris, cofundada por Quentin Sannié e Adrienne de Malleray, trabalha com a Moët Hennessy e várias empresasde vinho do grupo LVMH. A sua plataforma digital baseada em dados mede, monitoriza e melhora a saúde do solo. A sua solução pode ser aplicada a uma série de culturas, desde campos de algodão a explorações pecuárias.

“Estamos trabalhando com a LVMH em culturas de beterraba, lã e flores. A visão subjacente ao Genesis é que, embora atualmente seja possível obter matérias-primas, estamos a assistir a um declínio na acessibilidade destes materiais e na qualidade do solo. A primeira fase consiste em melhorar o nosso conhecimento da qualidade do solo e, em seguida, propor as melhores práticas para a sua manutenção e proteção”, explica a cofundadora da empresa de vinte pessoas. O objetivo é criar uma linguagem comum para sensibilizar os decisores dos grandes grupos. Fazer a ligação entre os constrangimentos agrícolas e as questões em jogo, porque são mundos que não falam a mesma língua.”

O aumento do custo das matérias-primas está se tornando um constrangimento cada vez mais crítico para os comités de gestão das indústrias do luxo e da beleza. Como resultado, o interesse está a aumentar. “Se conseguirmos que as finanças participem, teremos ganhado”, diz Adrienne de Malleray.

O terceiro vencedor a subir ao palco principal do principal evento tecnológico da Europa, para receber o troféu dourado do prêmio Most Promising, oferecido pela marca americana Tiffany, é a start-up francesa OMI. A empresa, fundada há cinco anos pelos irmãos Hugo e Paul Borensztein, implementou a sua solução de estúdio fotográfico virtual para a Guerlain, permitindo que as marcas utilizem imagens de produtos numa série de meios de comunicação impressos e digitais.

A empresa, que angariou 13 milhões de euros no ano passado e abriu um escritório em Nova Iorque, expandiu suas soluções aos vídeos utilizados pelas marcas nas redes sociais.

Para além da apresentação dos prêmios, as diferentes soluções utilizadas pelas empresas em fase de arranque foram expostas no pavilhão central “LVMH Dreamscape”. Aqui, onze exemplos de integração de inovações foram apresentados de uma forma divertida e fácil de compreender. Com uma menção especial para a máquina de pinball da Sephora, um exemplo de gamificação original e física (que tem um gémeo digital) concebido com as equipes da start-up Cosmic Shelter.

Para além da diversão, Anca Marola, Diretora Digital da Sephora, afirma que a iniciativa online, associada ao lançamento de um batom, resultou no dobro da taxa de conversão. O exemplo perfeito da busca por eficiência na inovação por parte da LVMH.