Golpe do Don Juan e mais: estelionatoestá em alta no Paraná nos últimos anos

Os casos de estelionato, crime que envolve receber vantagem legal enganando outra pessoa e lhe causando prejuízo, estão em alta no Paraná. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), em 2024, apenas até o mês de novembro, 145.053 ocorrências desse tipo foram anotadas no Paraná. O número já supera (e em muito) os 70.641 registros de 2020 e aponta para um recorde da série histórica, já que em 2023 (ao longo de todo o ano) haviam sido confeccionados 147.803 boletins de ocorrência dando conta desse tipo de situação.
Uma das explicações para esse fenômeno são os golpes virtuais, ao ponto de o estelionato digital ser considerado o “crime da moda” no Brasil. E na terça-feira desta semana a Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu um “Don Juan” em Cascavel, na região oeste do estado. De acordo com as investigações, ele utilizava aplicativos de relacionamento para enganar mulheres, criando vínculos emocionais e prometendo relacionamentos duradouros com o objetivo de obter vantagens financeiras.
“Ele mantinha envolvimento simultâneo com várias vítimas e, em alguns casos, utilizava ameaças para coagi-las. Os levantamentos indicam que ele contava com o apoio de terceiros para movimentar os valores obtidos ilicitamente”, explica a delegada da PCPR, Raisa Scariot.
A recorrência cada vez maior desse tipo de situação, inclusive, está levando o Poder Legislativo a se mobilizar. Recentemente, começou a tramitar no Senado, uma proposta (PL 5.004/2024) que aumenta a pena do crime de furto mediante fraude e estelionato praticado contra mulheres.
A ideia é incluir no Código Penal o aumento da pena de um terço ao dobro e o texto também prevê que o caso de estelionato será processado mediante ação penal pública incondicionada, ou seja, uma ação judicial que o Ministério Público pode iniciar sem depender da vontade da vítima. Atualmente, o Código Penal já institui o aumento da pena para os crimes de furto e estelionato praticados contra pessoas idosas e vulneráveis.
Operação
No dia 22 de janeiro a Polícia Civil do Paraná (PCPR) realizou, em Curitiba, uma operação com o objetivo de coibir crimes de estelionato e associação criminosa que vitimaram cerca de 100 pessoas em Curitiba, outras cidades do Paraná e até em outros estados. As investigações foram iniciadas em dezembro de 2024, após denúncias sobre um esquema de golpes por meio de grupos de compras no WhatsApp.
Os suspeitos anunciavam produtos de alto valor, como smart TVs, celulares e eletrodomésticos, por preços muito inferiores aos do mercado.
O delegado Fabiano Oliveira explica que as vítimas faziam os pagamentos e eram orientadas a aguardar longos períodos para a entrega dos itens, o que muitas vezes não acontecia.
“Inicialmente, o grupo entregava alguns produtos para ganhar a confiança das vítimas, exigindo que elas tirassem fotos com os bens recebidos e as compartilhassem nos grupos, a fim de reforçar a credibilidade do esquema. Com o tempo, os prazos de entrega foram sendo prorrogados, dificultando a identificação do golpe. O prejuízo total estimado é de mais de R$ 300 mil”, diz.
As investigações incluíram o registro de ocorrências, oitivas de vítimas, levantamentos financeiros e solicitações de medidas judiciais, como bloqueio de bens e quebra de sigilo.

Justiça
Apreensões do crime organizado

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou na quarta-feira que a Polícia Federal (PF) aumentou em 70% o número de apreensões de bens e dinheiro oriundos do crime organizado. Os dados fazem parte do balanço do trabalho realizado pela PF em 2024.
De acordo com o levantamento, as apreensões realizadas pela PF resultaram no valor total de R$ 5,6 bilhões, número 70% superior ao do ano de 2023, quando foram apreendidos R$ 3,3 bilhões.
Para o ministro, o aumento no número de apreensões demonstra que a PF está descapitalizando o crime organizado no país.
“Esses dados não apenas demonstram o êxito das operações, mas também o impacto direto na redução da capacidade de ação de facções criminosas em nosso país”, afirmou.
Ricardo Lewandowski também destacou as principais investigações realizadas pelos agentes, como a finalização do inquérito que tratou da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

“A elucidação desses crimes, que por anos permearam a sociedade brasileira com a sensação de impunidade, foi mais uma vitória do trabalho diligente da Polícia Federal”, completou.

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Fonte:Bem Paraná

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