Presidente eleito da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou, neste domingo (2), que os projetos de lei para anistiar presos e condenados pelos ataques do 8 de janeiro dividem a Casa e que o avanço será definido pelo colégio de líderes em reunião nos próximos dias.
“Esse tema é o que mais divide a Casa hoje. Temos um PL que defende a votação da anistia para os presos do 8 de janeiro, enquanto o PT defende que o assunto não seja votado. A pauta é decidida pelo presidente, com participação dos líderes. Com certeza, esse será um tema levado para essas reuniões nos próximos dias, e vamos conduzir com a maior imparcialidade possível”, declarou Motta em entrevista coletiva à imprensa da Paraíba.
Motta disse ainda que pautas consideradas ideológicas, que dividem o debate político no país em meio a polarização, não devem ser prioridade na sua gestão.
“Essas pautas ideológicas, as pautas de costumes, penso eu, que não estão na prioridade do dia”, disse.
“Essas pautas muito mais dividem o país do que trazem benefícios imediatos. Porque ideologia, costume, é muito daquilo cada um tem sob seu aspecto da sua vida, da sua criação, da sua formação educacional, da opção que você fez. Respeitar a opção de cada um é aquilo que o Brasil sempre soube fazer ao longo da sua história”, complementou o deputado.
O novo presidente da Câmara defendeu ainda a responsabilidade fiscal.
“A nossa condução à frente da presidência da Câmara será muito equilibrada nesse sentido, não permitindo que a irresponsabilidade com os gastos públicos seja uma situação que venha trazer um dano muito grande para as pessoas que mais precisam”, pontuou.
“É sempre bom ressaltar que não adianta distribuir renda com inflação alta, não adianta distribuir renda com uma moeda fraca e não adianta distribuir renda sem ter investimentos para que se gere emprego. Quando você exagera demais para um lado ou para o outro, as consequências vem”, acrescentou.
Nesta segunda-feira (2), Motta e o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), vão se reunir com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
Fonte: Valor