O primeiro desfile de moda nacional explicado por Lilian Pacce

E é esse mergulho inesperado do passado do museu que Lilian Pacce comanda o mais novo curso do MASP focado em moda, “Moda no MASP: Em Busca de uma Identidade Brasileira”, entre os dias 4 e 25 de fevereiro de maneira on-line, às terças-feiras. “Naquela época, Pietro e a Lina Bo Bardi já buscavam a identidade brasileira, que não seguisse a europeia. Não era apenas o Brasil que fazia isso, era o modelo mundialmente seguido. Foi sensacional ver como eles tentaram construir a moda brasileira. Eles mesmo capacitaram modelos, ensinando-as como andar, até tecelagem e estamparia.”

Para aproximar a elite, que absorvia a moda europeia do que podia ser feito do Brasil, a dupla deu nomes mais nacionais aos looks exibidos, como jangada e candomblé, além de utilizar o algodão na confecção, matéria-prima considerada mais pobre na época. “Eles queriam mostrar uma elegância tropical pensando no clima e na geografia brasileira”, explica.

Mas será que já chegamos à conclusão do que é, de fato, a identidade da moda brasileira? “Muitos estilistas e marcas já estão fazendo isso. A identidade brasileira é múltipla, por conta da dimensão continental do Brasil. Por exemplo, o que é bom para o Ceará pode não ser bom para o Rio Grande do Sul. Há pontos convergentes, mas especialidades a serem consideradas. Precisamos olhar mais para dentro. Por que as semanas de moda internacionais são boas? Porque elas olham para elas, por isso se destacam. Quanto mais local você é, mais internacional você se torna”, encerra.

Fonte: Glamour

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