Kering continua afetada pela Gucci e vê lucro líquido cair 62%

O grupo de luxo Kering anunciou na terça-feira, 11 de fevereiro, que registrou uma queda de 62% no lucro líquido em 2024 e uma diminuição de 12% nas vendas, ainda pressionado pela Gucci, a sua marca principal, que acaba de se separar do seu diretor criativo.

O CEO François-Henri Pinault disse, citado em comunicado: “Os nossos esforços devem manter-se sustentados e estamos confiantes de que levamos a Kering a um ponto de estabilização, a partir do qual retomaremos gradualmente a nossa trajetória de crescimento.” O volume de negócios é de 17,19 bilhões de euros e o resultado líquido é de 1,13 bilhão de euros. A margem operacional atual estabeleceu-se em 14,9% em 2024, face aos 24,3% de 2023.
 
No quarto trimestre de 2024, o volume de negócios caiu 12%, para 4,39 bilhões de euros, apesar de uma “melhoria das vendas” na China e nos Estados Unidos, de acordo com a diretora financeira Armelle Poulou.

Em 2024, as vendas só da marca Gucci caíram 23%, para 7,65 bilhões de euros. No quarto trimestre, caíram 24%, ficando abaixo dos 2 bilhões de euros. A marca italiana anunciou na quinta-feira passada a sua separação do designer Sabato de Sarno, que, com o seu estilo requintado, não conseguiu reconquistar a clientela.
 
“O estilo discreto de Sabato de Sarno não correspondia à imagem exuberante que os clientes têm tido da Gucci nos últimos 30 anos”, disse o analista Luca Solca numa nota do banco Bernstein. A saída de Sabato de Sarno “sugere que a direção ainda se orientando mas oferece a oportunidade de reavaliar a sua estratégia”. A marca florentina disse que a nova direção artística será anunciada em breve.
 
Em 2024, o volume de negócios da marca Yves Saint Laurent chegou a 2,9 bilhões de euros, uma quebra de 9%. O volume de negócios das “outras maisons” (Balenciaga, Alexander McQueen, Brioni, etc.) caiu 8% em 2024, para 3,2 bilhões de euros. As vendas da Bottega Veneta resistiram e aumentaram 4%, para 1,7 bilhão de euros, mas a grife acaba de perder Matthieu Blazy, o seu diretor artístico desde 2021, que foi contratado pela Chanel em dezembro.
 
O volume de negócios da Kering Eyewear e Corporate, que inclui agora a Kering Beauté, atingiu 1,9 bilhão de euros (+24%).