À espera de Lady Gaga, Copacabana vive clima de festa | Brasil

O show gratuito de Lady Gaga, a ser realizado essa noite, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, trouxe um clima de festa ao bairro, um dos mais conhecidos do país, à semelhança do que ocorre no Carnaval e no réveillon. Milhares de pessoas se amontoam na frente do hotel do Copacabana Palace, onde a artista está hospedada; e em frente ao palco no qual ocorrerá o espetáculo, montado nas areias da praia de Copacabana, em frente ao hotel.

Muitos cantam músicas famosas da cantora, e agitam leques com as cores do arco-íris – símbolo da comunidade lgbtqiap+, da qual Gaga é uma das maiores defensoras.

Vários fãs vestidos com roupas inspiradas nas várias fases estéticas de Lady Gaga podiam ser vistos na orla da praia. Alguns estavam vestidos apenas com fitas amarelas de polícia, de barricada, com as palavras “do not cross”; “crime scene”; outros usaram “looks” vermelhos de vestidos de gala – ambos, inspiração de modelos usados pela cantora que, além de atriz, cantora e compositora, também é formadora de tendências, na moda. E só bastava que um fã começasse a cantar algum “hit” da cantora para que outros seguissem o coro: e, assim, iniciassem um verdadeiro coral de pessoas, a cantar músicas da artista.

O comércio local tem aproveitado a circulação de pessoas. Fábio Dibi Güelfi, dono “Mega Árabe”, restaurante de culinária árabe, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, resolveu fazer uma pré-abertura de sua nova unidade, em Copacabana, quando soube do show. A intenção do comerciante era inaugurar o novo estabelecimento apenas em 11 de maio, no dia das Mães. Mas quando viu o movimento no bairro da zona sul, por conta do evento, não teve dúvidas: abriu a partir das 17h na sexta-feira, 2 de maio; e vai abrir novamente no mesmo horário, neste sábado, 3 de maio.

O comerciante destacou como a presença de um evento de grande porte, como o show da Lady Gaga, poderia impulsionar os negócios de seu estabelecimento, neste sábado (3). O proprietário expressou otimismo quanto à demanda e as vendas. “A demanda está em alta”, ressaltou.

Outra a aproveitar o movimento para lucrar foi Rosamara Ferreira, 40 anos, vendedora de roupas. Camisas e bolsas com a estampa de Lady Gaga eram oferecidas por ela, que tem ponto de venda estratégico: em uma das ruas que dá acesso à avenida atlântica, a avenida beira-mar, que fica ao lado do palco da artista. “Eu vendi blusas da Madonna também ano passado”, afirmou, a se referir a outro megashow gratuito realizado no mesmo local, da cantora americana Madonna, em maio do ano passado. “As vendas estão fracas, mas espero vender mais quando estiver mais próximo da hora do show”, disse.

Uma das clientes de Rosamara foi Isabele Roberto, professora, de 24 anos. Ao comprar um leque cor de rosa com inscrição do nome de Lady Gaga, ela contou que é fã da artista desde os 8 anos. Será a primeira vez que a fã vai ver a cantora, ao vivo. “Eu acho que vai superar todas as minhas expectativas” disse ela, moradora de Braz de Pina, zona norte do Rio.

Ao lado de Roberto, Abel Ferreira, analista de dados de 26 anos, concorda. E vai além. Ferreira elogiou o esquema de logística e de segurança montado no bairro para o show. Ele comentou que está muito parecido com do show da Madonna, no ano passado, bem como o de réveillon – Copacabana é palco de uma das maiores festas de virada de ano do mundo. “Eu acho que a cidade está mais preparada [para receber grandes shows]. Está sendo muito legal”, disse.

O esquema de segurança citado por Ferreira envolve um sistema de barreiras e revistas em todas as principais ruas perpendiculares à avenida atlântica. Até a hora do show, serão 18 barreiras, segundo informou na última segunda-feira (28) a Polícia Militar (PM).

Por volta das 15h30, filas quilométricas começaram a se formar nas barreiras, com centenas de pessoas a passar por revista necessária para entrada na área da praia de Copacabana. Até 16h, o tempo de fila e término de revista, até chegada à orla de Copacabana era de cerca de meia hora.

Leonardo Santos de Souza, 41 anos, que trabalha com vendas, era uma das pessoas na fila. “A fila já era esperada. Afinal é um grande evento, não?” indagou, a acrescentar que também veio ao show da Madonna, ano passado, e também passou por revista semelhante. “Mas estou achando que esse ano está mais cheio [de público]”, completou.

A expectativa de Souza com o show é grande. “Ah, minha expectativa é de surpresa, de muita coisa boa [na apresentação]” disse, a completar que nunca viu a cantora ao vivo; e que veio direto de Salvador, na Bahia, para assistir ao espetáculo da artista. “A performance dela ao vivo é uma grande realização”, afirmou.

O show de Lady Gaga faz parte de projeto mais amplo, intitulado “Todo Mundo no Rio”, que inclui shows gratuitos pelos próximos quatro anos, na capital fluminense. Além de ser montado via investimento público, a “Bonus Track Entretenimento” , organizadora do evento em parceria com a “Live Nation Brasil Entretenimento”, informou, ainda, como patrocinadores do espetáculo a Corona, que apresenta o evento; o banco Santander Brasil, e a companhia aérea LATAM. Patrocinam ainda Zé Delivery, Guaraná Antarctica e a marca de bebidas prontas Beats. Outras marcas apoiadoras são C&A, TRESemmé, 99 e Eventim, detalhou também a organizadora. Deezer é o player oficial e a Klefer é parceira comercial do projeto, acrescentou ainda a produtora.

A ideia do espetáculo de Lady Gaga, em Copacabana, foi inspirada pelo show gratuito de Madonna, realizado em maio do ano passado, também organizado pela “Bonus Track”. Na época, a produção contou com apoio financeiro do Itaú Unibanco, Heineken, prefeitura e governo do Rio de Janeiro.

Fonte: Valor

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