A febre dos livros de romance e fantasia com as histórias que fazem sonhar » STEAL THE LOOK

Não faz muito tempo, eu entrei no universo do BookTok — ou seja, caí em um looping de doomscroll no mundo dos livros de romance e fantasia do TikTok. Fiz parecer que é uma coisa ruim, né? Mas não é. Muito pelo contrário. E percebi uma coisa em comum entre todos os vídeos de reviews que apareceram para mim nos últimos tempos: das leituras leves de verão de Abby Jimenez até os dragões épicos de Rebecca Yarros, as pessoas estão apaixonadas por histórias que fazem sonhar.

Pessoas segurando livros coloridos sobre romance e fantasia ao lado de flores vibrantes no colo.

Foto: Emily Henry e Abby Jimenez são as rainhas do romance atualmente (Reprodução/Pinterest)

o que explica o ‘boom’ dos livros de romance e fantasia?

Veja, esses gêneros são refúgios poderosos de uma realidade que, às vezes, é massacrante — do estresse do dia a dia às crises políticas e ambientais. Eles oferecem uma fuga emocional e mental, um respiro profundo em mundos onde a magia, o amor e a aventura existem… e, às vezes, até se interligam, como é o caso do universo das romantasias (praticamente o subgênero oficial do momento). Além disso, muitos desses livros apresentam protagonistas femininas poderosas e complexas — um dos grandes motivos para a conexão com o público jovem e, especialmente, feminino.

Outro fator que mantém esses livros no topo é a representatividade. Quando você se vê refletida na página — seja como uma protagonista LGBTQIA+, um personagem de minoria étnica ou alguém que vem de um contexto social diferente do padrão — a história deixa de ser só entretenimento e vira também reconhecimento. 

E é impossível falar de fantasia sem falar de imaginação. Criar universos inteiros, sistemas de magia que fazem sentido, dilemas que desafiam a moral e personagens com camadas complexas não é tarefa simples. É por isso que, quando um livro acerta, ele captura a nossa atenção de um jeito quase hipnótico — você está ali, 500 páginas depois, sem nem perceber.

Vários livros de romance e fantasia organizados sobre uma superfície.

Foto: Em 2024 as vendas de fantasia cresceram 62% (Reprodução/Pinterest)

Além disso, ler fantasia e romance pode ser um treino de empatia. Segundo estudos citados pelo Lab Dicas Jornalismo, ficção melhora nossa capacidade de entender emoções alheias e até aumenta a inteligência socioemocional. Ao viver aventuras e paixões com os personagens, a gente aprende a enxergar o mundo com outros olhos — mesmo quando o mundo real não tem dragões ou feitiços.

Outro ponto é que a fantasia e o romance ativam o nosso lado emocional de uma forma muito física. Segundo o site The Romance Studio, ler romances libera dopamina (o hormônio do prazer) e oxitocina (o da conexão e empatia). É por isso que, no meio de uma história, você sente o coração acelerar, a respiração mudar e, muitas vezes, aquela sensação de que está apaixonada pelo famoso book boyfriend — o personagem masculino idealizado, sensível e disponível, que a vida real raramente entrega.

E tem mais: de acordo com o Wall Street Journal, em 2024 as vendas de fantasia cresceram 62%, e o romance com elementos fantásticos bateu a marca de quase 20 milhões de exemplares vendidos — muito por causa de autoras como Sarah J. Maas e Rebecca Yarros, que viraram fenômeno no TikTok. O BookTok, aliás, transformou a leitura em uma experiência coletiva: não se trata só de ler, mas de comentar, criar fanarts, participar de trends e compartilhar teorias.

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Foto: E aí, qual o seu book boyfriend favorito? (Reprodução/Pinterest)

E, já que estamos falando de leitura, vale um olhar para o nosso quintal: segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, mais da metade dos brasileiros (53%) não leu nem um pedacinho de livro nos últimos três meses. Entre quem lê, a média é de pouco mais de dois livros nesse período, e apenas 16% da população adulta comprou pelo menos um livro no último ano. Não é que falte vontade: 75% dos leitores afirmam que gostariam de ler mais, mas o tempo curto, o preço dos livros e a falta de acesso (como livrarias e bibliotecas) acabam travando esse desejo.

Nesse cenário, o papel da escola pode ser crucial — ela não só apresenta a leitura cedo, como também pode ser o único contato que muitos jovens terão com livros. E talvez seja aí que fantasia e romance brilhem mais: eles mostram que ler pode ser muito prazeroso. 

Por fim, esses livros também funcionam como um espelho seguro para refletirmos sobre questões reais. A fantasia permite abordar preconceito, ambição, amor, perda e escolhas difíceis de forma metafórica, o que deixa tudo mais acessível e até reconfortante. E, para muita gente, essa mistura de escapismo com reflexão é quase terapêutica — como resumiu uma colunista do The Guardian, “é mais barato que viajar e mais divertido que terapia”.

No fim das contas, a febre por fantasia e romance não é só sobre dragões, reinos distantes ou romances contemporâneos com Gus Everett (Uma Leitura de Verão) e Jacob Maddox (Para Sempre Seu) — é sobre como essas histórias nos lembram que ainda vale a pena sonhar. Entre uma batalha épica e um “felizes para sempre”, a gente encontra um pedaço de descanso no meio do caos. Porque, no fundo, ler também é viver — só que com um pouco mais de magia.

os últimos livros de romance que eu li (e indico)

Cara amiga leitora que chegou até aqui, antes de ir embora da matéria, deixo algumas recomendações de livros de romance (ficarei devendo as de fantasia, pois faz tempo que não leio — mas aceito indicações!). Peço desculpas antecipadamente aos fãs da Ali Hazelwood e da Taylor Jenkins Reid: ainda não peguei os livros delas para ler, mas estão na minha lista, eu prometo. E você, qual me indicaria?


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Fonte: Steal the Look

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