As ações da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) fecharam, nesta terça-feira (25), em queda de 8,24% na B3, cotadas na mínima do dia, de R$ 21,49, após a empresa reportar seus resultados do quarto trimestre. As negociações do pregão movimentaram R$ 130,5 milhões em papéis da companhia, mais de quatro vezes o volume financeiro negociado na segunda-feira (24).
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Nos últimos três meses de 2024, o lucro da Copasa recuou 23,5% ante o mesmo período um ano antes, somando R$ 271,9 milhões. As receitas líquidas avançaram 0,1% na base anual e totalizaram R$ 1,75 bilhão.
Os menores volumes de água e esgoto e o crescimento de custos prejudicaram o desempenho trimestral, que ficaram abaixo do consenso do mercado, segundo o Bradesco BBI. Para o BB Investimentos, o avanço de custos e despesas anulou completamente a redução de provisões para devedores duvidosos e do custo com pessoal.
O resultado final também foi afetado pela alta das despesas financeiras, que somaram R$ 109,3 milhões no último trimestre, valor quase cinco vezes maior que o montante reportado no mesmo intervalo do ano anterior. O resultado antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de R$ 641 milhões veio 16,9% inferior ao previsto pelos analistas do BTG, pressionando por maiores custos.
Entre os pontos positivos, o Itaú BBA aponta a redução de inadimplência, diante da melhora de arrecadação.
Em relatório, o BTG Pactual destaca que o gatilho das ações da Copasa continua sendo o complexo processo de privatização em curso em Minas Gerais, além da revisão anual das tarifas de água e esgoto.
Universalização do saneamento
O Citi se mantém cético sobre a possibilidade de privatização, apesar dos esforços do governo de Minas Gerais. Atualmente, as ações da Copasa são negociadas a 0,83 vez o valor da empresa sobre a base de ativos regulatórios (EV/RAB), porém o banco calcula que a privatização da companhia poderia elevar essa relação para uma vez EV/RAV, com o papel chegando a R$ 31.
No dia 20, o Estado de Minas Gerais, o maior controlador da Copasa, enviou ofício solicitando informações sobre como cumprir a universalização de serviços de saneamento básico estabelecida em lei. O governo mineiro pediu para a companhia realizar todos os levantamentos necessários para identificar riscos relacionados à universalização do saneamento.
(Colaboraram: Ana Beatriz Bartolo e Felipe Laurence)
Fonte: Valor