O vice-presidente e ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, reforçou hoje que o Brasil “não é problema comercial para os EUA”, ao voltar a citar o superávit que os americanos têm com o país.
Nesta quinta-feira, o governo americano anunciou que vai tarifar todos os países com a mesma alíquota que são cobradas de exportadores americanos, ao citar o Brasil como um dos países que se beneficiam do atual sistema comercial americano com a taxação da importação de etanol.
“O memorando não é especificamente em relação ao Brasil, é mais genérico”, minimizou Alckmin. Na mesma linha do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Alckmin falou que a balança de bens é equilibrada. Ao incluir os serviços, há superávit de US$ 7,4 bilhões.
Alckmin ainda afirmou que o governo brasileiro está reunindo informações para dar início às tratativas de negociação com os Estados Unidos.
“São temas que surgiram nessas últimas 48 horas. Então, nós estamos levantando todos os dados para iniciar o diálogo”, disse ao ser indagado por jornalistas sobre possíveis obstáculos enfrentados pelo governo para negociar com os EUA.
O vice-presidente também destacou que, dos dez produtos que o Brasil mais exporta para os Estados Unidos, apenas quatro têm alíquota zero. Já quando se trata da exportação dos americanos para o Brasil, “dos 10 maiores que nós importamos, 8 são zero”, ressaltou.
Sobre o impacto das tarifas em cima do etanol exportado pelo Brasil, Alckmin destacou que o combustível é de cana-de-açúcar, ou seja, ele descarboniza mais. “Quando a gente analisa o açúcar, ele tem uma cota e, quando sai da cota, é 90% o imposto de importação para entrar nos EUA”, explicou.
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Fonte: Valor