Alibaba vai investir 50 bilhões de euros em IA e computação em nuvem

A gigante chinesa Alibaba anunciou na segunda-feira, 24 de fevereiro que vai investir 50 bilhões de euros em inteligência artificial (IA) e computação em nuvem, poucos dias depois de uma reunião de alto nível entre o seu fundador Jack Ma e o Presidente Xi Jinping.

Com sede em Hangzhou, no leste da China, a Alibaba é proprietária de algumas das plataformas de comércio eletrónico mais populares do país, nomeadamente a Taobao, e está entre os gigantes da tecnologia chinesa.

Desde o início de 2025, os investidores tem se dirigido para as ações tecnológicas chinesas. O preço das ações da Alibaba subiu recentemente para um máximo de três anos.

Na semana passada, a empresa aumentou ainda mais a confiança dos investidores ao apresentar um forte crescimento das vendas trimestrais, sublinhando a recuperação do setor após anos de recessão.

A Alibaba anunciou planos para investir “pelo menos 380 bilhões de yuans (50 bilhões de euros)” nos próximos três anos para melhorar a sua infraestrutura de computação em nuvem e IA. A estratégia sublinha o compromisso da empresa com a inovação a longo prazo e o crescimento impulsionado pela IA.

A Alibaba não especificou como irá dividir o investimento de 50 bilhões de euros entre a computação em nuvem e a inteligência artificial.

Investimento recorde

A Alibaba declarou que este investimento ultrapassará o total das suas despesas em IA e computação em nuvem durante a última década.

O anúncio segue-se à rara reunião da semana passada que envolveu o cofundador da Alibaba, Jack Ma, o Presidente chinês, Xi Jinping, e várias figuras proeminentes do setor privado, amplamente considerada como um sinal positivo para a indústria tecnológica da China.

Alguns dias depois, a Alibaba comunicou um crescimento trimestral das vendas superior ao previsto de 8%, atingindo 280 bilhões de yuan (36,8 bilhões de euros) no terceiro trimestre do seu ano fiscal.

O CEO da Alibaba, Eddie Wu, elogiou estes resultados como prova de “progressos significativos” na “estratégia orientada para o utilizador e para a IA” do grupo, destacando o crescimento renovado nas principais atividades da empresa.

As autoridades chinesas introduziram regulamentos rigorosos em 2020, visando o setor tecnológico anteriormente pouco regulamentado. Isto perturbou significativamente muitas empresas de tecnologia, incluindo a Alibaba.

DeepSeek

Mas esses gigantes da tecnologia mostraram recentemente sinais de recuperação, impulsionados pelo otimismo dos investidores em relação aos avanços chineses em inteligência artificial – especialmente após o sucesso da IA de conversação da startup DeepSeek.

Este ressurgimento ocorre numa altura em que a China procura urgentemente reavivar o fraco consumo interno que se seguiu à pandemia, ainda mais complicado por uma crise imobiliária, um elevado desemprego entre jovens e a incerteza das famílias quanto ao futuro.

Na sua reunião com os líderes do setor privado, na semana passada, o Presidente Xi Jinping descreveu as atuais dificuldades económicas como “ultrapassáveis”, dando um sinal de apoio aos gigantes da tecnologia, que desempenham um papel fundamental na promoção do consumo.

O cofundador da Alibaba, Jack Ma, que deixou o cargo de diretor da empresa mas que, segundo consta, mantém uma participação significativa, também participou na reunião.

A sua presença foi vista como um sinal de reabilitação para o carismático empresário, que manteve um perfil discreto desde que criticou abertamente os reguladores financeiros em 2020.