Pela primeira vez na história, o aluguel residencial ultrapassou R$ 2 mil na média em Curitiba. O mercado de locação residencial em Curitiba registrou tíquete médio de R$ 2.035. O valor representa aumento de 2,9% em relação a janeiro e de 8,6% na comparação com fevereiro de 2024.
O movimento acompanha a valorização dos aluguéis em todo o país, onde a variação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 12,92%, impulsionada pelos aumentos sucessivos da taxa Selic, que elevam os custos do financiamento imobiliário e estimulam a demanda pela locação.
O crescimento da procura pelo aluguel em Curitiba é evidenciada pela alta da Locação Sobre a Oferta (LSO) residencial, que atingiu 24% em fevereiro – a maior dos últimos sete meses.
“O mercado de aluguel está aquecido. Só não locamos mais porque há escassez de imóveis nas faixas de maior demanda”, avalia Luciano Tomazini, presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR.
“Os proprietários precisam investir na modernização e qualificação de seus imóveis. Muitas vezes, um pequeno investimento torna a unidade mais atrativa e garante uma locação rápida”, acrescenta Maria de Fátima Batista Galvão, vice-presidente de condomínios do Secovi-PR.
Entre os tipos de imóveis específicos mais locados em fevereiro, destacam-se os apartamentos de dois dormitórios, que tiveram 32,6% de suas unidades disponíveis alugadas – 4,2 pontos porcentuais (p.p) acima do registrado em janeiro. Em seguida, aparecem as unidades de um quarto, com alta de 4,7 p.p, chegando a 29,9% de aluguéis negociados nessa tipologia.
Comerciais
O aluguel de imóveis comerciais também avançou em fevereiro, com o LSO atingindo 7% – aumento de 2 p.p em comparação ao mês anterior. O destaque, no recorte das tipologias específicas, foi para os conjuntos comerciais, cujas locações subiram de 4,9% em janeiro para 7,1%, em fevereiro. As lojas aparecem em seguida, com 6,5% das unidades locadas.
“Chama a atenção o aumento da locação comercial no Centro”, observa Maria de Fátima. O bairro concentrou 24,6% dos contratos comerciais assinados em fevereiro, e também liderou a busca por imóveis para moradia, com 19,6% das locações residenciais.
Bairros mais procurados
Além do Centro, os bairros mais procurados para locação residencial em Curitiba foram Água Verde (4,8%), CIC (4,6%), Bigorrilho (3,6%) e Portão (3,4%). No segmento comercial, após o Centro, destacaram-se Centro Cívico (7,4%), Água Verde (6,6%), Batel e Rebouças (ambos com 4,9%).
Já a taxa de inadimplência dos inquilinos – que considera atrasos no pagamento do aluguel superiores a 30 dias – manteve-se estável, próxima de 1%. Esse cenário reflete os investimentos das imobiliárias em processos de análise efetiva, segura e de credibilidade, que qualificam os inquilinos e, assim, contribuem para prevenir a inadimplência.
2024
O preço médio do aluguel residencial no país subiu 13,5% em 2024, de acordo com o Índice FipeZap. O valor do metro quadrado (m²) alcançou R$ 48,12, de acordo com o levantamento. A alta supera a inflação oficial, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, é uma desaceleração em relação aos dois anos anteriores: 2022 (16,55%) e 2023 (16,16%). Com informação da Agência Brasil.
A alta de 13,5% no ano passado foi quase o triplo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, que acumulou 4,83% em 2024. Além disso, é o dobro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas (FGV), comumente chamado de “inflação do aluguel”, pois costuma corrigir anualmente os contratos de moradia. O IGP-M encerrou 2024 em 6,54%.
De acordo com a Fipe, em 2024 o aluguel subiu mais que o preço médio de venda de imóveis residenciais, que expandiu 7,73%.
Um quarto
O estudo aponta que o aluguel do imóvel de um quarto foi o que mais subiu, 15,18%, superando a evolução dos domicílios de dois (12,71%), três (12,52%) e quatro ou mais dormitórios (14,17%). “Em 2022, o que vimos no mercado de locação foi a recomposição dos preços do período pandêmico, em que os proprietários suspenderam os reajustes de preços; em 2023 e, mais fortemente em 2024, o setor passou a ser favorecido pelo contexto macroeconômico.
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Fonte:Bem Paraná