Americanas reverte lucro e tem prejuízo de R$ 586 milhões no 4º trimestre | Empresas

A Americanas teve prejuízo líquido de R$ 586 milhões no quarto trimestre, revertendo o lucro do mesmo período de um ano antes, de R$ 2,56 bilhões. Contudo, o resultado positivo bilionário registrado nos últimos três meses de 2023 foi meramente contábil — à época, a varejista, em recuperação judicial, teve seu resultado impulsionado por um ganho extraordinário de R$ 4,8 bilhões em impostos. Ao desconsiderar esse impacto, a empresa teria registrado prejuízo de R$ 2,2 bilhões ao fim de 2023.

Para efeito de comparação, a Americanas teve ganho de R$ 110 milhões em impostos neste último trimestre de 2024.

De outubro a dezembro de 2024, a varejista faturou R$ 4,36 bilhões, valor 4,5% menor que o atingido no mesmo intervalo do ano anterior, devido à queda nas vendas de eletrônicos e à perda de relevância das lojas de conveniência, em decorrência da reestruturação operacional de 2024.

Já as despesas operacionais líquidas recuaram 94,9%, em relação ao quarto trimestre de 2023, indo de R$ 1,01 bilhão para R$ 52 milhões. Além disso, as despesas financeiras líquidas diminuíram em 55,5% na base anual, para R$ 200 milhões.

Na comparação entre o quarto trimestre de 2023 e o de 2024, a margem bruta caiu 2,2 pontos percentuais, indo de 31,9% para 29,7%.

O resultado antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) continuou negativo no quarto trimestre, com R$ 232 milhões, uma melhora expressiva contra o Ebitda negativo de um ano antes, de R$ 1,3 bilhão.

No ano de 2024, a Americanas lucrou R$ 8,28 bilhões, ante o prejuízo de R$ 2,27 bilhões, de 2023, mas as receitas encolheram 2,8%, para R$ 14,34 bilhões. O lucro bilionário de 2024 é justificado pelo efeito contábil da reestruturação de dívidas da varejista.

Segundo a companhia, o desempenho do quarto trimestre foi influenciado pelos mesmos fatores que afetaram o ano, como aumento médio de vendas em mesmas lojas nas categorias que representam maiores margens, queda de vendas do segmento de eletrônicos e a decisão da empresa em reduzir exposição a itens que contribuem menos para sua rentabilidade.

 — Foto: Gustavo Minas/Bloomberg
— Foto: Gustavo Minas/Bloomberg

Fonte: Valor

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