A Qualcomm anunciou que a Arm não pretende mais revogar o acordo de licenciamento para fabricação de chips com sua arquitetura. As duas empresas estão em uma disputa judicial que envolve a compra da empresa Nuvia e o desenvolvimento da família Snapdragon X, usada em computadores.
A informação foi revelada por Cristiano Amon, CEO da Qualcomm, em uma chamada com investidores. “A Arm nos comunicou da retirada da notificação de quebra do acordo de 22 de outubro de 2024, e indicou que não há planos para encerrar o acordo de licenciamento de arquitetura que tem com a Qualcomm”, afirmou o executivo.
Por que a Arm processou a Qualcomm?
A empresa britânica Arm detém a propriedade intelectual da arquitetura de instruções Arm, usada principalmente em chips de smartphones. A Qualcomm, uma das maiores fabricantes deste tipo de componente, paga royalties para usar a tecnologia em seus produtos.
Em 2021, a Qualcomm comprou a startup de chips Nuvia, que desenvolvia uma CPU para data centers. As tecnologias dela foram essenciais para a criação da CPU Oryon, que está nas linhas Snapdragon X (Elite, Plus e básica), para computadores, e também no Snapdragon 8 Elite, para smartphones.
A Nuvia também tinha um acordo de licenciamento com a Arm. No entanto, a Arm considera que este acordo não daria direito à Qualcomm de usar as tecnologias da Nuvia baseadas na arquitetura.
O que já aconteceu neste processo?
Em outubro de 2024, a batalha chegou a um ponto crítico, com a Arm ameaçando revogar as licenças da Qualcomm. Caso isso acontecesse, a venda de smartphones, tablets e computadores com chips da empresa poderia ser comprometida.
Em dezembro de 2024, porém, a Qualcomm conseguiu uma vitória na Justiça dos Estados Unidos. Um tribunal federal decidiu que os processadores da empresa estão devidamente licenciados. No entanto, como a decisão do júri não foi unânime, abriu-se a possibilidade de um novo julgamento. A Arm já entrou com um recurso para que isso aconteça.
Os chips Snapdragon X Elite e Snapdragon X Plus contam com a CPU Oryon desenvolvida pela Nuvia. Eles equipam vários notebooks lançados desde 2024 e são a grande aposta da Qualcomm, da Microsoft e de fabricantes para fazer frente à Apple e seus chips “caseiros” da linha M, que também usam a tecnologia Arm.
Chips com esta arquitetura costumam entregar bom desempenho com um consumo menor de energia que a concorrente x86, usada por Intel e AMD. Por isso, eles fizeram sucesso nos smartphones, que são dispositivos com baterias pequenas. Nos notebooks, tecnologias deste tipo permitem que a bateria dure mais de 24 horas longe da tomada, dependendo do modelo.
Com informações da Reuters
Fonte: Tecnoblog
