Por
Reuters
Publicado em
8 de outubro de 2025
O governo italiano não poderá intervir em uma eventual venda de participações no grupo de moda Armani recorrendo ao seu “golden power”, mesmo que a operação envolva uma empresa estrangeira, afirmou o ministro italiano da Indústria à Reuters.

“A Armani não se enquadra no perímetro da segurança nacional”, declarou o ministro italiano da Indústria, Adolfo Urso, à margem de um evento, no final do dia de terça-feira, quando questionado sobre se Roma poderia recorrer a tais medidas na sequência da morte do estilista Giorgio Armani no início de setembro.
O “golden power” permite ao governo italiano bloquear ou impor condições às aquisições de empresas, por parte de entidades estrangeiras e nacionais, em setores estratégicos, como de energia, telecomunicações e bancos.
Adolfo Urso acrescentou que os planos do falecido Giorgio Armani para a empresa que liderou durante 50 anos eram muito claros e constavam do seu testamento, o que indica que a regulamentação atual não permite ao governo intervir.
No seu testamento, Armani instruiu os herdeiros a vender uma participação inicial de 15% na casa de moda no prazo de 18 meses após a sua morte e, depois, a transferir ao mesmo comprador uma participação adicional entre 30% e 55%, ou a ponderar uma oferta pública inicial (IPO).
O testamento especifica que a prioridade deve ser dada ao conglomerado de luxo LVMH, à gigante dos cosméticos L’Oréal e à fabricante de óculos EssilorLuxottica, com os quais a casa de moda celebrou parcerias comerciais.
Na semana passada, a Reuters noticiou, citando várias fontes, que representantes da Armani abordaram potenciais compradores, incluindo o grupo francês L’Oréal, com vista à venda de uma participação minoritária no célebre grupo de moda italiano.
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Fonte: Fashion Network