Embora a alta-costura seja normalmente associada à grandeza, nesta temporada optou-se por uma paleta de cores sutil e evocativa, onde a sofisticação não é gritada, mas desliza delicadamente. Chanel reinterpretou sua herança de cores com tons de sorvete, incluindo amarelo manteiga, verde água e lilás empoeirado, aplicados a ternos de tweed modernizados e vestidos arejados que evocavam uma leveza quase etérea. A Dior, por sua vez, elevou esta tendência a uma dimensão ainda mais onírica, com vestidos de organza que pareciam tingidos pela brisa primaveril, uma sinfonia de camadas flutuantes que brincavam com a luz. Esta suavidade cromática não é sinônimo de timidez, mas de requinte absoluto, uma forma de luxo que desliza entre os limites do poético e do tangível. A alta-costura mostrou que a opulência também pode falar em tons baixos, deixando nuances sutis transformarem cada peça em um sussurro de elegância.
Fonte: Glamour