E como foi crescer nesta posição?
Acho que não tive muita escolha. Foi uma forma de reação, na verdade. Eu queria ter sido criança em sua plenitude, mas a minha família tinha outra estrutura, então meio que era o que tinha, e a melhor forma de me proteger. Até hoje tenho muitas questões com isso. Ao mesmo tempo que me fortaleceu, me fez um bicho, no sentido de lutar, batalhar, superar tudo e construir uma autoestima muito boa. Sei que sou capaz, isso é a parte boa. Ao mesmo tempo, abri mão de ser acolhida, cuidada. Trato muito disso na terapia. Essa responsabilidade precoce deixa reflexos.
Fonte: Glamour