Aumento do desemprego no 1º trimestre foi sazonal e não anula ganhos recentes, diz IBGE | Brasil

O aumento da taxa de desemprego no primeiro trimestre é explicado por fatores sazonais e não anula ganhos do mercado de trabalho nos últimos anos. Aumento da formalidade e da renda ajudam a ampliar a resiliência do mercado e criam um “colchão de ocupação”.

A avaliação é da coordenadora das pesquisas por amostras de domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Adriana Beringuy, ao comentar o resultado do mercado de trabalho no primeiro trimestre de 2025.

A taxa de desemprego avançou de 6,2% no quarto trimestre de 2024 para 7% no primeiro trimestre de 2025. Mesmo com o aumento, é a menor taxa para um primeiro trimestre da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012.

“O desemprego mostra comportamento que, de modo geral, é observado nos primeiros trimestres de cada ano na série histórica. […] A despeito desse crescimento característico no primeiro trimestre, os ganhos [dos últimos anos] não são invalidados por crescimento sazonal da taxa de desocupação”, afirmou Beringuy.

Mesmo com esse movimento sazonal observado no início de 2025, apontou ela, “o mercado de trabalho é bastante favorável”. O desempenho positivo em 2023 e 2024 traz robustez e cria o que se chama de “colchão de ocupação”. O número de trabalhadores ocupados recuou 1,3% no primeiro trimestre para 102,5 milhões. Mas isso ocorre a partir de um patamar recorde de ocupação.

“Os ganhos acumulados ao longo dos últimos trimestres fornecem essa capacidade de, apesar de comportamento sazonal, a perspectiva histórica ser bastante favorável. […] Embora tenha conjuntura econômica um pouco menos favorável, o mercado se mostra mais resiliente por características como renda e mais trabalho formal”, disse Beringuy, ao citar “efeitos qualitativo e quantitativo” ao longo dos últimos anos que trouxeram panorama diferente para o mercado de trabalho que o observado imediatamente após a pandemia.

A coordenadora do IBGE lembrou que o mercado de trabalho funciona como uma espécie de “âncora” com influência de fatores macroeconômicos de períodos anteriores, e demora mais a refletir eventuais alterações do cenário da macroeconomia.

Coordenadora das pesquisas por amostras de domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Adriana Beringuy — Foto: Divulgação/IBGEATENÇÃO: DEFINIR CRÉDITO!
Coordenadora das pesquisas por amostras de domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Adriana Beringuy — Foto: Divulgação/IBGEATENÇÃO: DEFINIR CRÉDITO!

Fonte: Valor

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