Avaliação negativa do governo Lula aumenta em SP, MG, BA, PR, PE e GO, diz Genial/Quaest | Política

A avaliação negativa do governo Lula aumentou entre eleitores de seis Estados, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira. A piora, na comparação com o levantamento de dezembro de 2024, foi registrada também na Bahia e em Pernambuco, redutos eleitorais do PT, onde o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou de ter maioria positiva.

Na Bahia, governada por Jerônimo Rodrigues (PT), a avaliação negativa subiu de 21% para 38% e superou o percentual de quem acha que Lula está fazendo um bom trabalho. O percentual de quem respondeu de forma positiva caiu de 44% para 30% em dois meses.

Em Pernambuco, o cenário também se inverteu. O percentual negativo subiu de 23% para 37%, e o positivo caiu de 48% para 33%.

Em São Paulo, Paraná e Goiás, a avaliação negativa de Lula já superava a positiva, mas a distância entre os dois grupos era menor em dezembro. Agora, em São Paulo, por exemplo, o percentual negativo saltou de 38% para 55%, e a positiva caiu de 27% para 16%. No Paraná e em Goiás avaliam de forma negativa 59% e 58% dos eleitores, respectivamente.

Em Minas Gerais, onde há dois meses havia um cenário de empate técnico, o percentual negativo se descolou e chegou a 51%, ante 22% de positivo e 25% de regular.

O desempenho de Lula também foi ruim no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. Nesses Estados, não há histórico comparativo. O presidente teve 52% de avaliação negativa no Rio Grande do Sul, apenas 19% positiva e 28% de regular. Percentual semelhante ao do Rio: 50% negativo, 19% positivo e 30% regular.

O instituto fez 10.442 entrevistas em cidades dos oito Estados entre 19 e 23 de fevereiro. A amostra varia conforme o Estado. A margem de erro é de três pontos percentuais, com exceção de São Paulo, onde a margem é de 2 pontos para mais ou para menos.

Quando o instituto perguntou se o eleitor aprova ou desaprova o trabalho de Lula, o resultado também foi ruim. Nos oito Estados pesquisados a desaprovação superou ou ampliou a distância sobre a aprovação. Na Bahia e em Pernambuco pela primeira vez a desaprovação está numericamente à frente. Em dezembro, 66% dos baianos aprovavam Lula e 33%, não. Agora 51% desaprovam e 47% aprovam. Entre os pernambucanos, a aprovação caiu de 65% para 49%, e a desaprovação saltou de 33% para 50%.

Em Goiás o percentual de desaprovação chegou a 70%, próximo do registrado em São Paulo (69%) e no Paraná (68%). Em Minas, governada pelo bolsonarista Romeu Zema (Novo), 63% desaprovam. No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul 64% e 66%, respectivamente, responderam desaprovar a gestão, ante 35% e 33% de aprovação.

A piora da avaliação coincide com a piora da percepção dos entrevistados sobre a economia. Nos oito Estados, a maioria folgada respondeu que a situação está pior do que há 12 meses. O impacto da economia na avaliação fica mais evidente na pergunta sobre os preços dos alimentos. Em todas as unidades pesquisadas, mais de 90% dos entrevistados responderam que os preços subiram no último mês. Em Goiás e no Paraná o percentual chegou a 96%.

Para os eleitores de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, o principal problema é a violência. A saúde foi a queixa mais citada em Goiás, Minas, Paraná e Rio Grande do Sul.

No fim de janeiro, a Quaest divulgou a pesquisa nacional sobre a avaliação e aprovação de Lula. Pela primeira vez nesta gestão, a desaprovação superou a aprovação e chegou a quase metade da população do país (49%). O presidente registrou o pior resultado de seu terceiro mandato segundo as pesquisas feitas desde fevereiro de 2023.

O instituto fez perguntas também relacionadas às eleições. Se disputasse o segundo turno com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, Lula venceria o ex-presidente na Bahia (59% a 26%), em Pernambuco (57% a 31%) e empataria no Rio (41% a 41%). Nos demais Estados (São Paulo, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás), Bolsonaro teria a maioria.

Se o segundo turno fosse com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula perderia (54% para Tarcísio ante 30%). O petista só registrou maioria entre baianos e pernambucanos.

O instituto também testou os nomes dos governadores Ronaldo Caiado (União-Goiás) e Zema, do influenciador Pablo Marçal (PRTB) e do cantor sertanejo Gusttavo Lima (sem partido). Lula teria maioria sobre o cantor e sobre Marçal no Rio, Bahia e Pernambuco.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto — Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto — Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

Fonte: Valor

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