BB Seguridade tem lucro de R$ 2,2 bilhões no 4° trimestre | Finanças

A BB Seguridade encerrou o quarto trimestre com lucro gerencial de R$ 2,2 bilhões, volume 5,8% superior ao apurado no mesmo intervalo de 2023. A melhora foi influenciada por duas divisões da companhia: seguros e corretagem. Em previdência, porém, o desempenho piorou com o resultado financeiro impactado pela alta do custo dos passivos.

O resultado gerencial não considera as novas normas contábeis para o setor definidas pelo padrão CPC 50 (IFRS 17), mas o padrão anterior, ainda seguido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Considerando o IFRS 17, o aumento do lucro foi de 8,9%, para R$ 2,28 bilhões.

O lucro da operação de seguros cresceu quase 14% no período de outubro a dezembro, ante os mesmos meses de 2023, para R$ 1,26 bilhão. A redução das despesas com sinistros retidos e o crescimento nos prêmios ganhos influenciaram a melhora do resultado, segundo a administração da BB Seguridade.

Os prêmios emitidos avançaram 6%, para R$ 4,31 bilhões, puxados pelo segmento “vida produtor rural”, que cresceu quase 37% devido à ampliação do público-alvo e a expansão da importância segurada máxima. O “penhor rural” também foi apontado pela administração como um destaque do período, com avanço de 35% nos prêmios.

Na BB Corretora, a expansão das receitas e a melhora do resultado financeiro influenciaram no aumento de 9,5% do lucro, para R$ 857,5 milhões. “A expansão das receitas de corretagem foi conduzida pela evolução dos negócios de seguros, diante do bom desempenho comercial”, diz um trecho do relatório que acompanha os resultados financeiros.

Já na Brasilprev, o lucro recuou cerca de 27% no último trimestre do ano. A queda foi motivada pela redução de quase 72% no resultado financeiro, devido à marcação a mercado de alguns ativos e ao aumento do custo do passivo, decorrente da alta do IGP-M.

Na capitalização, que corresponde à menor parcela nos resultados da empresa, o lucro teve leve aumento de 0,9%, para R$ 69,9 milhões, com avanço no resultado operacional não decorrente de juros. A arrecadação com títulos de capitalização cresceu 4,5%, para R$ 1,8 bilhão, puxada pelo aumento do ticket médio.

Com o desempenho no quarto trimestre, o lucro gerencial ajustado da empresa no ano, apurado de acordo com o padrão contábil adotado pela Susep, alcançou R$ 8,2 bilhões, uma alta de 5,7%. Considerando o IFRS 17, o lucro foi de R$ 8,7 bilhões, 9,5% maior na mesma base de comparação.

A melhora na última linha do balanço foi atribuída pela companhia ao “bom desempenho operacional” de todas as empresas do grupo, que ocorreu apesar de um “ano desafiador”, marcado por eventos climáticos que pressionaram o agronegócio (um de seus principais mercados) e pelo aumento da volatilidade no mercado financeiro.

“O crescimento nominal de faturamento em todas as linhas de negócios e o reconhecimento de receitas diferidas com prêmios de seguros e corretagem relativas a vendas concretizadas em períodos passados também foram alavancas para expansão do resultado operacional das empresas do grupo”, diz o relatório que acompanha o balanço.

A operação de previdência foi a única que apontou queda no lucro líquido gerencial do ano. A redução foi de 15,3%, para R$ 1,61 bilhão, devido à queda de 62% do resultado financeiro, com o aumento do custo do passivo.

Na operação de seguros, o lucro cresceu 10,5%, também na visão gerencial, para R$ 4,46 bilhões, com a melhora da sinistralidade compensando a queda do resultado financeiro. Os prêmios emitidos tiveram crescimento de 2,2%, puxados pelo aumento em vida produtor rural, penhor rural e prestamistas. A sinistralidade alcançou 23,7%, patamar apontado pela BB Seguridade como “menor da série histórica”.

Em corretagem houve avanço de 10,7% no lucro, para R$ 3,3 bilhões, com maiores receitas e resultado financeiro. Em capitalização, o aumento foi de 4,6%, para R$ 280,7 milhões.

 — Foto: Reprodução/Banco do Brasil
— Foto: Reprodução/Banco do Brasil

Fonte: Valor

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