Boeing afirma que fará centenas de demissões em programa espacial | Empresas

A Boeing espera demitir centenas de trabalhadores do programa do foguete lunar Space Launch System (SLS ou Sistema de Lançamento Espacial, em tradução livre). A empresa aeroespacial americana citou revisões no programa Artemis, da Nasa, incluindo as expectativas de custos, por meio de um breve comunicado.

A Boeing mencionou a possibilidade de cerca de 400 cortes até abril. A notícia alimentou especulações de que a principal iniciativa de exploração espacial da Nasa está prestes a passar por uma reestruturação sob o segundo governo de Donald Trump.

“Estamos trabalhando com nosso cliente e buscando oportunidades para realocar funcionários dentro da empresa, a fim de minimizar as demissões e reter nossos talentosos colegas de equipe”, disse um porta-voz da Boeing por e-mail na sexta-feira. O número exato de empregos afetados ainda não foi determinado, mas 400 postos representam mais de um terço da equipe designada ao programa Space Launch System (SLS).

O futuro da Boeing no setor espacial tem sido questionado à medida que a Nasa passa por uma mudança de liderança sob o governo Trump e seu assessor próximo, Elon Musk, o chefe da SpaceX, que recebeu poderes sem precedentes de supervisão. A fabricante aeroespacial está cortando milhares de empregos e reduzindo seus ativos sob a nova gestão do CEO Kelly Ortberg.

O programa Artemis foi oficialmente criado durante o primeiro mandato de Trump, depois que ele assinou uma diretriz política para enviar humanos de volta à Lua pela primeira vez desde o fim do programa Apollo, há mais de meio século. O programa tem sido marcado por anos de estouros de orçamento, problemas técnicos e um plano de missão complexo, embora sustente milhares de empregos nos EUA.

Em novembro de 2022, o foguete SLS fez sua estreia de lançamento após mais de uma década de desenvolvimento, enviando uma cápsula não tripulada ao redor da Lua como parte do primeiro grande teste de voo da campanha Artemis. O foguete tem sido alvo de repetidas críticas por seus atrasos e custos crescentes, que devem atingir até US 23,8 bilhões até 2025.

Nos últimos anos, Trump deu indícios de seu desejo de enviar astronautas a Marte. Ele também construiu uma relação próxima com Musk, que fundou a SpaceX com o objetivo de estabelecer uma colônia no Planeta Vermelho e está desenvolvendo um novo foguete potente para essa missão. “Perseguiremos nosso destino manifesto nas estrelas, lançando astronautas americanos para plantar a bandeira dos Estados Unidos no planeta Marte”, disse Trump em sua posse.

O anúncio das demissões no programa SLS ocorre cerca de uma semana após a Boeing revelar uma mudança de liderança no programa da cápsula tripulada Starliner. O projeto acumulou mais de US 2 bilhões em estouros de custos após uma série de contratempos, incluindo um teste fracassado em junho que deixou dois astronautas norte-americanos presos na Estação Espacial Internacional.

Procurada, a Nasa não respondeu a reportagem.

Boeing 777X — Foto: Lewis Joly, File/AP Photo
Boeing 777X — Foto: Lewis Joly, File/AP Photo

Fonte: Valor

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