Bolsas de NY caem na sessão, mas terminam semana em alta com Trump mais moderado no radar | Finanças

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA caiu a 52,4 pontos, o menor nível em nove meses, e o PMI de serviços recuou para 52,8, bem abaixo do consenso de 56,5 dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal. Embora os números permaneçam acima de 50, o que indica expansão da atividade econômica, houve uma diminuição no ritmo de crescimento. A única exceção foi o PMI industrial, que subiu para 50,2. Os dados são preliminares.

Além disso, segundo a pesquisa final da Universidade de Michigan para janeiro, houve uma queda no sentimento do consumidor pela primeira vez em seis meses, para 71,1, abaixo da estimativa de 73,2 do mercado. As expectativas de inflação subiram de 2,8% para 3,3% no intervalo de um ano e de 3% para 3,2% nos próximos cinco anos, levemente abaixo dos dados preliminares.

Por volta das 19h (de Brasília), o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de outras seis moedas fortes, cedia 0,55%, aos 107,45 pontos. Os rendimentos dos títulos do Tesouro com vencimento em 2 anos recuavam para 4,624%, de 4,646% no fechamento anterior, e os rendimentos dos títulos com vencimento em 10 anos caíam para 4,280%, ante 4,300% na última sessão.

Na semana que vem, o Fomc se reúne pela primeira vez em 2025. É amplamente esperado que a autoridade monetária mantenha as taxas inalteradas e não traga novidades em sua comunicação. A atenção do mercado está mais voltada para Trump e suas próximas medidas como presidente dos EUA.

“O mercado de câmbio está atualmente mais focado nas mensagens da Casa Branca do que no Fed. Maiores incertezas (e fontes de volatilidade cambial) continuam a surgir da perspectiva da política comercial, enquanto as implicações mais imediatas do Fed (ou seja, a reunião de janeiro) parecem relativamente mais benignas”, escrevem estrategistas do Bank of America, em nota.

A perspectiva de que o presidente se mostrou menos agressivo quanto à política tarifária impulsionou os ativos ao longo da semana. Ele chegou a dizer, em entrevista ontem à Fox News, que preferiria não usar tarifas contra a China. No entanto, essa visão não é unânime, e parte do mercado ainda está incerto sobre isso.

“Embora alguns ainda argumentem que Trump está usando ameaças agressivas de tarifas como uma moeda de barganha geopolítica, essa visão se torna menos convincente à medida que ele começa a falar sobre as tarifas como uma fonte de geração de receita”, escrevem economistas da Capital Economics em nota, citando o discurso de Trump ontem em Davos, no qual ele disse que o aumento nas tarifas seria positivo para reduzir a dívida dos EUA.

Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 0,32%, aos 44.424,25 pontos, o S&P 500 recuou 0,29%, aos 6.101,24 pontos, e o Nasdaq cedeu 0,50%, aos 19.954,301 pontos. Isso não impediu, no entanto, as bolsas de fecharem a semana no positivo, acumulando ganhos de 2,15%, 1,74% e 1,65%, respectivamente.

 — Foto: Seth Wenig/AP
— Foto: Seth Wenig/AP

Fonte: Valor

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