O banco BV aderiu à tecnologia blockchain para estruturar o seu primeiro Fundo de Investimento em Direito Creditório (FIDC) na versão tokenizada. O veículo ajudará financiar a expansão da adoção de terminais Led da LedWave, fabricante e comercializadora de painéis.
Conhecido como TDIC (Token de Investimento em Direito Creditório), o veículo foi desenvolvido pelo BV em parceria com a Liqi, tokenizadora e fornecedora de tecnologia blockchain para o mercado de capitais. O valor desse primeiro fundo tokenizado do BV não foi divulgado. O TDIC terá prazo de 48 meses e não terá distribuição pública.
A estrutura do TIDC conta com uma configuração que combina o uso da tecnologia blockchain para fazer todo o back-office dos recebíveis, com regras autoexecutáveis de cobrança e gestão de fluxos de pagamento, com a securitização de um certificado de recebível. O produto também dispõe de um agente fiduciário, responsável pela custódia dos direitos creditórios e um escritório de advocacia, encarregado pela assessoria legal.
Segundo Rogério Monori, diretor-executivo de atacado do banco BV, esse será o início de uma operação que promete ser ampliada e recorrente para atender a alta demanda de investimentos dos clientes da Ledwave. A ideia do BV é criar uma “esteira” para financiar empresas que tenham recebíveis pulverizados.
“Com a arquitetura deste TIDC, democratizamos o acesso ao mercado de capitais para empresas de médio porte”, disse.
O montante levantado foi inteiramente destinado à LedWave, fabricante e comercializadora de painéis de led que usará o dinheiro em seu plano de expansão. A empresa é referência em tecnologia em Led no Brasil, pioneira nos mais diversos formatos de painéis e especialista em projetos para vários segmentos de mercado, incluindo painéis no varejo e pontos de venda. A empresa tem sede e fábrica em Goiânia.
“A LedWave tem desenvolvido planos de locação e monetização dos ativos para seus clientes, os quais projetam retornos superiores aos custos de aquisição. Acreditamos que essa estratégia impulsionará um crescimento significativo no consumo de soluções digitais no mercado”, disse Tiago Brito, CEO da Ledwave.
Para Monori, do BV, operações desta natureza antecipam os potenciais benefícios trazidos com o Drex, que facilitará a integração das operações financeiras com ativos digitais.
Segundo Daniel Coquieri, CEO e fundador da Liqi, a nova roupagem digitalizada dos FIDCs melhorar a eficiência do produto e ainda possibilita o acesso de médias empresas ao mercado de capitais.
“O TIDC é o mais moderno protocolo tecnológico de securitização de ativos disponíveis no mercado. A grande vantagem é que, ao utilizar a infraestrutura blockchain, é possível trazer mais segurança e transparência para a operação, além de redução de custos, visto que reduz a necessidade de intermediários”, disse.
Para Coquieri, o BV vai estimular outros players adotarem a tecnologia para desenvolver alternativas e modelos de financiamento mais abrangentes, além de linhas de crédito que oferecem às empresas captação de recursos a um custo competitivo.
Fonte: Valor
