O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente e mais 33 pessoas por suposta trama golpista.
A PGR acusa os denunciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
“É totalmente o que falou o ministro José Múcio (da Defesa) que disse que Bolsonaro ajudou na transição com os comandantes militares […] Como é que o cara quer fazer um golpe e pacífica a transição? Inclusive, com o general Arruda assumindo o comando militar”, disse Machado durante conversa com jornalistas na manhã desta quarta-feira (19).
Na ocasião, Machado deixava a residência do deputado Luciano Zucco (PL-RS), em Brasília, onde lideranças da oposição se reuniram com Bolsonaro. O ex-ministro publicou trechos da entrevista em suas redes sociais.
As penas máximas de todos os crimes imputados a Bolsonaro somam 43 anos de prisão. Mas a dosimetria da pena, caso ele seja condenado, só será definida no final do julgamento da ação penal, que ainda não foi aberta.
“Está ficando feio para o Brasil lá fora. Cadê a minuta do golpe? Cadê os considerandos do golpe? Só digo uma coisa: Se tiver fundamentação, tem que botar pra torar. Agora, se for inventar uma narrativa, isso só cola para quem é vassalo. Isso não cola para o mundo, isso não cola para a imprensa que pensa”, afirmou Machado.
Moraes foi denunciado nos EUA
O ex-ministro também citou a ação conjunta movida pela plataforma de vídeos Rumble e pela Trump Media and Technology Group Corp, ligada ao presidente americano, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O caso tramita em um tribunal federal na Flórida – onde o Rumble está sediado – e investiga se o ministro brasileiro violou a soberania americana ao ordenar a exclusão de contas de um “Dissidente Político A” (que pelas informações do processo pode ser identificado como o jornalista e influenciador brasileiro de direita Allan dos Santos) de redes sociais, bem como por determinar o fornecimento de seus dados de usuário.
“É inconcebível que depois das declarações tabajaras do presidente Lula, depois que saiu uma pesquisa que disse que Bolsonaro ganharia no primeiro e no segundo turno, aí vem um parecer com 276 páginas em que não se coloca a minuta do golpe”, disse Machado.
Machado se irritou com jornalista
Neste momento, Machado questionou se algum dos jornalistas presentes havia tido acesso à “minuta do golpe”.
Após um breve silêncio, uma jornalista disse que “se a Polícia Federal viu”, ela não precisava ver.
Surpreso com a resposta, Machado disparou: “Você precisa ver sim. Você está em que país? Está em um país democrático. Você é imprensa. O que é isso? Uma jornalista dizendo que não precisa ver [a minuta]”.
A jornalista ainda tentou argumentar com base na autoridade da PF e da PGR.
“Vamos fazer o seguinte: Amanhã, meio-dia, a senhora me procure com a minuta do golpe e com os pareceres. Eu quero ver isso”, completou Machado.
Fonte: Gazeta do Povo